segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Perdi meu celular (ou Um pedacinho dele!)


Perdi meu celular... Não sei, não lembro como aconteceu mas perdi. Tudo bem que hoje em dia isso nem é motivo para desespero... Troca-se celular com tanta facilidade e nem é preciso adquirir outro número. Basta um contato com a operadora que bloqueiam teu número até que compre um novo chip. O meu celular já estava com 2 anos e os dias de sua aposentadoria se aproximava. Iria trocar em dezembro mesmo! A dor maior, se assim podemos dizer, foi por conta da agenda, das fotos, das informações que constavam nele, números que talvez sejam mais difíceis de recuperar. Mas tudo isso é superável.
Ligo para o número insistentemente e ele chama, chama, chama...e vai para caixa postal. Isso é angustiante. Na certa ninguém o encontrou ainda e como está no silencioso. Nos dias atuais, celualr achado, logo tiram o chip e dão um destino. Estou rezando para que tenha ficado no carro de um casal amigo e não no taxi que peguei na madrugada de sábado para domingo.
Choro desde o momento que me dei conta que havia perdido. Incrível como um aparelhinho manipula a vida da gente. Só que pra mim não era o lado material, mas sentimental, pessoal... No meu celular haviam nada mais nada menos que 85 mensagens de Roberto. Mensagens enviadas desde 2007. Todas lá! Das mais carinhosas como as mensagens que me passou no dia das mães, meu aniversários, das mais bobas como a que me mandou em 1º de abril deste, os pedidos de desculpas...até nossa última briga. Tudo lá, registrado, guardado, lidas e relidas inúmeras vezes. Bastava eu sentir um pouco de saudade que eu relia todas. Dava risada com umas, chorava em outras, sentia raiva de algumas poucas, mas era um jeito engraçado de senti-lo mais perto, presente em minha vida.
A tecnologia que por tantas vezes é contestada, marginalizada por conta de seu uso excessivo, tem lá suas funcionalidades. Sei que vou recuperar e permanecer com mesmo número, talvez hoje ainda eu já providencie um novo aparelho, isso se tiver alguma loja aberta na cidade. Talvez eu volte a receber mensagens dele, mas nenhuma será como aquelas que lá estavam registradas. Sei também que muita gente que lê meus textos vai considerar meio piegas e sem noção esse novo texto, mas é de sentimento que falo. É de um amor que só eu, e ele, entendemos. De duas vidas que estavam lá naquelas mensagens. De duas vidas que estão ligadas pelo sentimento e mais ainda pelas palavras. Sinto que não perdi o celular, mas um pedacinho de Roberto que estava comigo, estava em mim.

Srta. Marinho

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