sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Das coisa que eu penso (ou Tentando orquestrar a vida)




Se eu sou bagunceira? Não, claro que não! A minha bagunça mora aqui, bem dentro da minha cabeça. São sentimentos, inquietações, pensamentos que dormem e acordam, sempre em transição, em ebulição. Minha cabeça mais parece ‘O Fantástico Mundo de Bobby’! Mas uma coisa é certa: EU NÃO PARO! Às vezes até me perco, mas sempre chego. Tropeço, ralo os joelhos, bato com a cara de frente no muro ou na porta, caio de cabeça no chão, mas sei exatamente aonde quero chegar. E, simplesmente, sigo! Sigo tropeçando, me ralando, caindo, voando, cantando... Mas EU VOU!

Dentro dessa inquietação, sempre me pergunto quanto tempo falta, se está perto, com que letra começa, se vai ter fim, se vai dar certo, se existe outros meios... Sempre questiono se estás feliz, se vais fazer bem pra outras pessoas como sempre fez pra mim ou se eu vou ganhar estrelinha, pra somar a minha com a tua e criarmos assim uma constelação. A vida é uma soma diária! Subtraímos o que, quem não nos faz bem, o que, quem não nos leva pra frente. O que nunca foi o nosso caso, afinal de contas sempre somamos e multiplicamos muita coisa. Muita risada, muita cumplicidade, muita amizade... muito sentimento.

Não gosto, nunca gostei de meias palavras, de sentimentos mornos, de pessoas mornas. Eu me abuso fácil, fácil de quem não comete erros, de quem não tenta melhorar, de quem se esconde atrás de um papel que insiste em interpretar, de quem se faz de vítima. Irrito-me, profundamente, com quem prefere o morno. Embora não goste de viver a perigo, eu gosto do risco de viver intensamente. Gosto dos que arriscam.

Tenho verdadeira admiração por quem, racionalmente, segue o coração. Admiro quem dá a cara pra bater, quem tenta, tenta e um dia consegue. Acredito nas pessoas livres. Liberdade de ser! Tem coisa mais admirável? Coragem, das boas, de se mostrar. Dar a cara à tapa mesmo! Ser irônica, teimosa, geniosa, manhosa, um pouco mimada é verdade, as vezes estranha, vez ou outra sou metida, chorona, chata! Eu sou assim. Tenho um milhão de defeitos. A minha TPM se resume em uma carência afetiva sem tamanho. Sou viciada em gente, em escrever, em música, em cultura, em querer aprender sempre, em amar cada vez mais, em me superar, em ser feliz todos os dias... Nem eu me suporto quando estou triste. Há vida demais dentro de mim. Eu vivo para sentir! Sou inteligente, divertida, tímida, intensa, exagerada, curiosa, romântica, doce, ácida as vezes, tenho milhões de reticências. Aprendi que palavra é igual oração, tem que ser inteira senão perde a força. E força não há de faltar porque aqui dentro eu carrego o meu mundo. Sou criança crescida, mulher que brinca de balanço. Menina que anda de salto alto e tem contas a pagar.

E mesmo ‘pequena’, não deixo de crescer. Trabalho igual gente grande, fico séria, traço metas... O que não posso é desanimar, nem desmerecer... Desmerecer-me, jamais! Tenho que focar no topo da montanha e criar seu próprio atalho. Ter a certeza que não importa onde eu esteja, eu sempre posso e devo fazer a diferença. Eu sempre posso me superar, não existem limites dentro de mim. Só os que crio para me frear.

De repente chega a hora do recreio, e lá vou eu... Faço careta, faço manha, fecho a cara, choro quando dói, choro quando não dói, danço sozinha, assisto desenho, canto no chuveiro, vejo filme romântico, conto piada, faço danças esquisitas pra alegrar a família (não me pergunte como, é só pros familiares!), faço palhaçada para meus sobrinhos para arrancar-lhes um sorriso. As vezes sou palhaça... E eu amo! Amo igual criança. Amo com os olhos vidrados, amo com todas as letras. A-M-O! Sem restrições, sem medo, sem frases cortadas, sem censura. Eu nasci assim, sem entender o começo, conhecendo o fim e improvisando o meio. Preciso sentir antes de pensar, falar... Só depois ajo. E vivo como vive quem planeja. Bato a cabeça do mesmo jeito. Arrisco-me. Machuco-me. Choro. Dou gargalhada. Costuro. Reconstruo-me. Conheço-me. Ou tento me conhecer... Crio, aliás, eu amo criar.

A vida é uma grande escola, a maior de todas. Deus quando nos mandou pra esse mundão aqui, não foi para bobearmos ou simplesmente sentar no meio fio e esperar a banda passar. Porque tem muita gente sentada no meio fio esperando a banda para começar a se animar. O negócio é olhar pra frente, pegar a batuta, a partitura e começar a orquestra. Pode ser que venham vaias ou aplausos. A platéia é grande, mas somos nós que dizemos qual o ritmo que em que se deve dançar. Então feche os olhos, sinta a música e vamos dançar.
Srta. 'orquestrando a vida' Marinho

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