quinta-feira, 27 de novembro de 2008
Eu pensei que ia continuar a viver, como antes de entrares na minha vida, mas hoje compreendo que tu ficaste em mim, ficaste na minha vida. Penetraste com força no meu sangue e no coração batendo forte e vira dentro de mim, como se fosse uma presença extra-sensorial, como se fosse um ser ligado misteriosamente a mim, por laços reais que não vemos, mas sentimos. Sinceramente eu não sei mais o caminho que vou seguir, vou tentando esquecer-te, mas torna-se difícil.
Vieste para a minha vida como um pouco de brisa que vem para a tarde quente de verão, vieste simplesmente. Apareceste como um pouco de beleza que eu jamais sonhara ver e que de repente surgiu. Não quero nada além de ti, tu hoje, agora e sempre. Pensei que amar fosse apenas desejo, contato de lábios, de corpos, de mãos, aprendi que o verdadeiro sentimento vem de dentro. Das profundezas da alma e do fundo do coração.
Estou só e por isso analiso o que sinto por ti, analiso esta ansiedade, esta vontade imensa de ver-te, de apertar-te nos meus braços, de sentir a tua presença, de ouvir as tuas palavras e ver a tua alma debruçada nesses olhos que são toda a luz da minha vida. Retrocedi pelo meu caminho e pensei que estava na hora de recomeçar a viver, mas senti que não estava só, tinha comigo a sombra da saudade a seguir-me falando de ti, falando-me de nós e por isso estou a pensar em ti nesta noite vazia e fria, mas cheia de saudade.
Estou a pensar em nós que fomos algo e hoje não somos nada. Apenas dois estranhos, dois estranhos separados. Estou só e continuarei só. É como se a vida tivesse perdido o sentido, como se o adeus tivesse matado em mim o que eu tinha de mais nobre, de mais belo que era a capacidade de amar. Nada restou para mim! Restou-me apenas o conteúdo de saudade. Só esta vontade, imensa de apertar-te nos meus braços. Não sou ninguém sem ti, chego a essa conclusão. Estou perdida dentro de mim mesma... Por mais que tente não consigo te esquecer.
Srta. Marinho
Srta. Marinho
Embora eu sinta o coração cheio, feliz, a transbordar, não consigo evitar que as minhas mãos pendam ao longo do corpo, vazias. Vazias de ti.
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
Risos vêm e passam; Lágrimas vão além.
Risos são reflexos; Lágrimas a emoção.
Risos vêm de dentro; Lágrimas do coração.
Risos simplesmente, vêm te fazer sorrir. Lágrimas, mais a fundo, vêm te fazer refletir.
Risos e Lágrimas te ajudam a cicatrizar alguma ferida. Risos e Lágrimas estão presentes em cada momento da tua vida... Se teu sorriso acaba em lágrima, é ilusão que te faz sofrer. Mas, se tua lágrima acaba em riso; é a alegria que te faz viver.
Suas lamurias não tinham fim, e estava redondamente insatisfeita. Em um surto de desespero repetiu a música triste que soava até em seu coração e percorria as veias, como a sua consternação a tomava. E ela estava assim, entregue a ela mesma, entregue a vida e a morte principalmente, não achava sentido nela nem nas coisas ao seu redor. Motivos para viver ou morrer, motivos para sorrir ou prantear. Motivos...isso era o que ela mais tinha.
E ela chorou, sem saber mesmo o porquê. Sua dor era tão infinita, tão profunda, tão entranhada nela mesma que era ela. Ela era só amargura.
A menina cujos olhos não pude ver a cor, pois ela só chorava de olhos fechados, pobre de mim, uma simples menina.
domingo, 23 de novembro de 2008
Pedi ao vento que te levasse uma carícia minha, um beijo, um abraço apertado, sei lá, qualquer coisa... esperando que aí chegassem e que soubesses que eram meus.
De repente o vento mudou de direção, num golpe estranho e, como que por magia, por breves instantes senti eu própria uma carícia, que sei, não era de vento.
Teria sido a tua resposta?
O vento soprou forte, frio, cortante...mas aqueceu-me, porque te senti aqui, tão perto de mim...
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
Posso perguntar? (ou a certeza de que ROMEU e JULIETA não eram deste planeta)
Será que o amor seria imenso se Romeu esquecesse de baixar o acento do vaso sanitário ou não se lembrasse de tirar a toalha de banho, molhada, de cima da cama? E se Julieta lhe infernizasse o juízo cada vez que ele chegasse em casa, e começasse a contar as teimosias dos filhos ou o obrigasse a almoçar na casa da sogra todos os domingos. Eu disse todos!
E se ele saísse todas as sextas-feiras para o tradicional futebol e chopinho com os amigos e criasse o maior bico quando ela resolvesse ir a um barzinho ou à praia sozinha com as amigas? Teríamos alguma história de amor para ler?
Lembrei-me, agora, de uma muito boa: e se Julieta passasse metade da vida a cutucá-lo para que ele virasse de lado, de costas ou de bruços, na esperança de sufocar aquele ronco que mais parecia o último apito do Titanic antes de afundar de vez?
E se Romeu pusesse toda a culpa na mulher, pela conta de telefone, cada mês mais alta? Hein?
Agora é com vocês. Digam lá o que acham que aconteceria ao casal mais amoroso dos romances literários se tivessem três filhos e alugassem um apartamento de 2 quartos em Candeias (ou Casa Amarela, ou Imbiribeira, ou Ipsep, ou etc.)e fossem viver juntinhos? Ainda bem que se mataram...
Srta. Marinho
P.S.: Desde já esclareço que não tenho nada contra nenhum dos bairros citados. Citei-os apenas para ilustrar o texto. E mais, tem séculos que ensaio escrever esse texto. Não tenho nada, absolutamente nada contra romances. Mas deixei de acreditar em conto de fadas, não vamos viver a base de ‘Era uma vez...’ ou ‘E viveram felizes para sempre’. Ah...dá um tempo! A idéia é apenas comentar o que os casais fazem que incomodam um ao outro e lembre-se, NÃO HÁ PERFEIÇÃO NO AMOR!
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
E esta música custa-me como nos custam os primeiros fins. Custa-me como nos custam as primeiras distâncias, as primeiras certezas, os primeiros impasses. Como te custam as músicas que falam do que ficou por dizer, mas que sentiste em todos os centímetros de ti. Em todos os lugares em que paraste e desejaste ter tido alguém para os partilhares e te partilhares a ti, assim, naturalmente. Agora, peço apenas que ouças. E que me ouças também.
terça-feira, 18 de novembro de 2008
Eu poderia ser tua nos dias de chuva. Secar algumas lágrimas e tentar te arrancar um sorriso sincero. Nada de escape. Não sirvo pra isso. Seria apenas nós e umas garrafas de vinho e nossas gargalhadas indevidas rodopiando em um asfalto vadio e espelhado da chuva. Nós, imersos na grossa camada de nuvem amarga. Ela nos encararia com certo ar de nostalgia... talvez inveja. Tanto faz, nós nem a perceberíamos. Estaríamos bêbados. Bêbados e completamente mergulhados na nossa intima loucura normal. Sentiríamos o sabor do pecado em qualquer beco escuro ou claro. Depois rodopiaríamos mais um pouco, cantaríamos umas ladainhas e os nossos olhos iluminariam o breu feminino de uma rua má educada. Você me levaria pra sua lata, me emprestaria seus ombros, camiseta e uns cd’s, como sempre faz. Eu prometeria a devolução olhando em seus olhos, você concordaria fingindo acreditar. Você fica lindo quando me olha nos olhos... Você me preencheria de si e confessaria todas as mentiras leais de um bom vira-lata enquanto me aperta contra seu corpo me deixando inebriada com as batidas do seu coração. Eu ouviria tudo muito atenta, você nem perceberia, mas diria que me ama, uma ou duas vezes durante as confissões. Veríamos tudo amanhecendo; o vento frio esquentando, o sol renascendo persistente, o jornaleiro infeliz, a solidão comunal e a saudade liberta. Sem chuvas, sem lágrimas, sem cobranças. Só nossos corpos entrelaçados e o céu deslumbrando verdades lá fora.
– Café?
– Café sim.
Café agora e um beijo depois. Eu passaria minha língua nos seus dentes, lábios, queixo e sumiria mais uma vez. Você iria se perguntar que sonho bom foi esse... meio confuso, meio estranho, meio insatisfeito porém sorridente. Eu só afirmo que foi um pesadelo bom cariño. Só isso. Mas a porcaria com a qual me alimentou é sempre a última jogada conosco. E eu aposto as fichas ou meu coração cretino que você joga mais sujo do que eu. Sou a idiota chorando na sala enquanto você me pede pra ficar. Eu não fico. Eu passo. Os anjos me disseram que preciso ser honesta com meu coração... mas quem precisa de anjos?
domingo, 16 de novembro de 2008
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
Nos primeiros minutos do monólogo já é possível saber o motivo de tanto sucesso. A personagem, Viviane, casada há vinte sete anos, vai contando sobre as dificuldades e problemas de manter o casamento. E lá no palco é contado tudo, desde a obra da casa de praia a uma ida ao motel, para aquecer o casamento.
Ouvi uma certa vez que a peça de Zezé fica perfeita quando assistida depois do monólogo “HOMENS SÃO DE MARTE… E É PRA LÁ QUE EU VOU”, com Mônica Martelli. Nessa a moça quer casar e conta suas aventuras chegar ao altar. É uma verdadeira saga, cheia de idas e vindas, muitas situações engraçadas e a terrível rotina de ser solteiro.
“NÃO SOU FELIZ, MAS TENHO MARIDO” continua a história. É como avançar a novela após o último capítulo, depois do casal de mocinhos trocar alianças e o “viverem felizes para sempre”. Então, percebemos como é difícil ser casado e estar envolvido em nessa instituição.
Vale ainda lembrar que, também não vale a pena se manter numa relação que não dá certo ou se prender a uma pessoa só para dizer estar com alguém. Conheço algumas pessoas assim! E sabe que sinto pena delas. É, porque manter-se numa relação para não dar o braço a torcer que fez a ‘escolha’ errada ou mesmo manter as aparências não faz muito a minha cabeça.
Peguei alguns trechos para você ler e pensar também neste tal contrato: O CASAMENTO.
- “Não foi um desses casamentos com sobreviventes que continuam juntos por interesses econômicos, por medo da solidão ou simplesmente por inércia. O que se tentou construir foi um casamento ‘criativo’. Duas pessoas totalmente incompatíveis (todo mundo é incompatível) procurando tirar das entranhas isso de aprender a ceder partes de si mesmos em função de um projeto comum. E muitas vezes chegou-se à beira da destruição, para voltar a construir tudo novamente”.
- “O homem é infiel por esporte, enquanto a mulher é infiel quando está mal atendida, maltratada ou insatisfeita”.
- “Se o meu marido realmente tivesse me amado, não teria se casado comigo”.
Abaixo, alguns trechos da peça. Extraído do YOUTUBE