segunda-feira, 25 de dezembro de 2006

Mais um Natal! Pensei que esse ano seria menos traumático...confesso que estou começando a me frustrar com a data. E dessa vez eu acredite que os 3 últimos Natais seriam superados por esse, que vinha se desenhando para ser tranqüilo e de fato feliz. A minha esperança, antes mesmo que eu a procurasse fugiu e não deixou nenhum bilhetinho como no ano passado. Acho que foi medo que eu insistisse para ela ficar.
Restava-me o Espírito de Natal, ele sempre aparece, mesmo que seja a 0h do dia 24 de dezembro. Esperei pela habitual mensagem que ele sempre me manda dizendo por onde anda. Resolvi esperar! Quando avistei o carteiro corri feliz, devia ter algo pra mim, mas ele disse que dessa vez não. Numa intuição do sexto sentido, fui checar meus e-mails e lá tinha uma mensagem dele. De novo ele disse que estava um pouco atrasado... Prevenida que sou, já separei o vestido de matuta, os cd’s de forró. Tentei decorar a casa com bandeirinhas e fazer uma fogueira no jardim, mas a idéia não foi muito acatada pelo pessoal de casa. Lembrei de Papai Noel, não custava tentar, não é mesmo?
Com medo de ver mais um passarinho cagar no meu sapato por estar na janela, resolvi fazer pelo método mais tradicional, escrevi uma carta e enviei via correio. Ainda não satisfeita, passei um e-mail. O mundo anda tão moderno, crianças de 6 anos já têm orkut, porque Papai Noel não teria e-mail? Não pedi nada demais, não ando exigente e pelo decorrer das coisas durante o ano, acreditei que esse ano ele seria simpático comigo. Afinal de contas, fui uma boa garota o ano inteiro.
Não esperei a manhã de Natal chegar. Como o carteiro já havia passado e nada trazido, corri direto para o computador. Nossa lá estava a mensagem respondida. Hesitei em abrir. Apesar de toda a ansiedade, tinha medo da resposta que encontraria tendo em vista os acontecimentos da última semana. Tudo era possível.
Criei coragem, tomei fôlego, cliquei para abrir e me coloquei a ler a mensagem do ‘bom velhinho’. Era uma mensagem curta e bem direta, que me fez encher os olhos de lágrimas e me ver tomada por um misto de sensações... Estava escrito assim:
“VOCÊ DE NOVO? SERÁ QUE NÃO APRENDE NUNCA? TÁ NA HORA DE CRESCER GAROTA CHATA. NÃO FIQUE ME ‘ENCHENDO’ COM CARTAS E E-MAILS. SERÁ QUE OS ACONTECIMENTOS DA ÚLTIMA SEMANA NÃO TE FORAM SUFICIENTES PARA PERCEBER QUE NÃO TEM PRESENTE PARA VOCÊ? ATÉ PENSEI EM TE DAR O QUE PEDISTE, MAS QUAL SERIA A GRAÇA DE TE VER FELIZ? ESPERO QUE DESSA VEZ VOCÊ APRENDA.”

Ass: PAPAI NOEL

Pois é...bom velhinho um cacete! Cheguei a conclusão que o meu Papai Noel é mesmo um picareta, enquanto todo mundo ganha presente ele me toma o meu. Quer saber? Vou pro jardim organizar a quadrilha. Bom São João...ops! Feliz Natal!


Thalita Marinho

domingo, 24 de dezembro de 2006

sábado, 23 de dezembro de 2006

Sigo Você Toda Noite



Sabe aqueles passeios despretensiosos que se dá ao shopping? Aqueles em que só se vai para passar o tempo e evitar entrar na cozinha de casa para preparar algo pra comer por pura preguiça. Pois é, foi num dia desses em que eu tava perambulando pelo shopping que me deparei com a capa de um livro exposto na vitrine. Achei o título interessante, o autor nunca ouvira falar. Entrei na loja e pedi para ver um exemplar. Li a sinopse, achei previsível, mesmo assim resolvi apostar. Toda leitura é válida, ainda mais para ocupar a mente e evitar pensar besteira.
'Sigo você toda noite' do italiano Luca Bianchini. Escrita sagaz que prende a atenção, quanto mais se lê, mais se quer ler. Com uma veia irônica e melancólica, abrindo novas possibilidades para todos os matizes da comédia. Uma aventura tensa e envolvente, rica de personagens inesquecíveis, na qual as paixões da idade adulta se confundem com as ilusões da adolescência, e a comicidade com o drama.
A deliciosa e apaixonante história do homem que busca o amor da sua vida e vê a mesma dar um giro de 360º. Só a sinopse é previsível...a leitura te toma de assalto e surpreende a cada página. APAIXONANTE...essa foi a melhor palavra que encontrei para definir a história do encantador e humano Roger. Um personagem tão real que nos faz deparar com situações que vivenciamos. A busca pelo grande amor, os atropelos do trabalho, as relações de amizade, os contra-tempos familiares...as surpresas impostas pela vida. Isso tudo são elementos que compõe esse livro que deve ser lido sem pretensões.
Fascinada pela história, encantada pelo autor, apaixonada por seus personagens é assim que me descrevo depois de ler Sigo Você Toda Noite. A história do livro me traz à mente fatos e pessoas reais. E porque não dizer, um pouquinho da minha vida.
Tudo que posso dizer é que “amanhã na batalha, pense em mim” e quando vier, não esqueça as “margaridas amarelas”.

Thalita Marinho

SINOPSE:

“Uma noite encantadora. Roger Milone, 32 anos, incomparável televendedor de panelas, encontra, num barzinho, a mulher de sua vida. Infelizmente, é a noite errada, porque ela, Stella irá se casar no dia seguinte. Roger não é, porém, do tipo que abandona um sonho sem persegui-lo e, deixando a casa onde mora com a mãe e a irmã, põe-se a rastrear a mulher, tendo como única pista um cartãozinho perfumado. Mas, exatamente enquanto está concentrado em reencontrar seu amor, a vida o surpreenderá com uma série de reviravoltas, transformando-o num astro da telinha. Repentinamente cobiçado pelas mulheres e pelas revistas de fofocas, invejado pelos amigos e motivo de orgulho para a família, a vidinha de Roger foi definitivamente virada pelo avesso. Agora, seu companheiro é um piano, suas origens de morador da periferia foram trocadas por um belo apê, e ele descobre que seu melhor amigo é gay. Acrescente a isso um padre que é um gato, uma fascinante florista chamada Beth, a senhora Maria, sua mãe, especialista em fazer perguntas no melhor estilo detetive particular, e a impagável Rosita, a irmã adolescente, igualmente dividida entre o drama dos sentimentos, a tragédia dos cabelos e a paixão por Robbie Willians.”


Natal de novo...eita nós! Os lojistas adoram essa época, os olhinhos chegam a brilhar! Com dinheiro ou sem dinheiro, vamos as compras, as lojas estão cheias. Lá se vai o 13º, as férias, as gratificações... Compre tudo que desejas, pague quando o carnaval chegar, ou em ‘agosto’...de Deus.
Entrar nos shoppings então, nossa, é a visão do inferno. Gente, mal educada, que não tem disciplina pra andar carregando todas as sacolas do mundo, mães histéricas tentando controlar verdadeiros bichinhos que elas teimam em chamar de filhos, pais estressados preocupados com tanto de zerinhos que os milagrosos cartões de crédito registram e já pensando que ainda faltam os materiais escolares, a matrícula, fardamento... Pessoas obesas sempre tentando equilibrar sacolas e sorvetes de casquinha. Perdem as sacolas o sorvete jamais! Vendedores sorrindo a valer “Quer ver mais outro?” “DESCE O ESTOQUE”. Tem também a vendedora simpática que adora atropelar a língua e abusar do gerúndio: “POSSO ESTAR AJUDANDO?” Eis que se ouve uma voz suave no alto-falante: “Encontra-se perdida uma criança trajando...”. Acabou a paz! Lá se vai mais uma mãe histérica, mais uma criança chorando e gente se aglomerando. Sim, mas estamos comemorando o que mesmo? Bem, perguntas difíceis para depois.
Confesso que até gosto de entrar no shopping essa época do ano. Não, não estou louca! Gosto para poder observar as pessoas. Só assim percebo as cenas descritas acima. As pessoas nem se preocupam com sentido da data. Os comerciantes querem lucrar, as pessoas querem gastar e todo mundo quer ganhar. A cidade está enfeitada, pisca-pisca em todos os lugares, Papai Noel estufando dentro daquela roupa vermelha e bonecos de ‘neve’ intactos em pleno calor de 40º. Festa bonita, mas estranha demais...
Entra ano e sai ano e tento relembrar o sentido da data, mas tudo que me vem à cabeça é o comércio. No dia 6 de janeiro volta tudo ao normal, árvores e enfeites encaixotados, bons velhinhos esquecidos nos maleiros, pisca-pisca vermelhos escondido. Até porque pisca-pisca vermelho só no Natal, fora isso só na casa de Odete.
Natal passa e vamos contabilizar. As faturas começam a chegar, ‘Nossa...gastei isso em quê?”, saldo no banco no vermelho, aquela roupa nova...esqueça vais ter que perder tudo que consumiu entre o Natal e o Ano Novo pra entrar....
Sim...mas o que estamos comemorando mesmo? Ah...no próximo Natal você tenta descobrir.
Thalita Marinho

quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

15 DE DEZEMBRO


Hoje é um daqueles dias que por mais que se tente, não tem como tirar da mente. Não da minha!15 DE DEZEMBRO. A pouco mais de dois anos não imaginei que essa data fosse ter tanta importância pra mim. Não imaginei que o ‘dono’ da data fosse ter tanta importância. Hoje é o aniversário de Roberto. Sim, o mesmo tantas vezes aqui citado, o mesmo a quem tenho dedicado boa parte dos textos aqui publicados.
Tem alguns meses que eu idealizo essa data. Tinha imaginado tudo diferente do que está sendo. Imaginei inclusive que fosse estar em Joinville, assim como imaginei que estaria em julho, no aniversário do pequeno dele. Planos naufragados! Mas não estou aqui escrevendo para lamentar o que poderia ter acontecido...prefiro pensar no que estar por vir.
Não vou e não preciso esconder de ninguém a importância que esse moço tem na minha vida hoje. Muito menos as transformações que ocorreram em minha vida por causa dele. E não me arrependo, que fique bem claro. Sempre vi em Roberto uma pessoa admirável, mesmo com o jeito fechado, de quase não se abrir ou desabafar. Mas fico feliz ao perceber que nos momentos em que ele precisou fazer isso foi a mim a quem recorreu. Como no susto que me deu ano passado, nesta mesma época, quando um médico retardo confundiu uma ‘gastrite nervosa’ com um ‘tumor’, o que, lógico, fez ele surtar e eu daqui pouco podendo fazer a não ser ajudar com algumas poucas palavras e muitas vezes ficando muda cada vez que o via chorar. Teve momentos em que tudo que eu queria era pegar um avião e ir até lá ficar com ele, ‘comendo brigadeiro’, esperando os resultados dos exames. Deram negativos, graças a Deus! Como fiquei feliz...acho que nem ele se deu conta da minha apreensão, nervosismo e depois felicidade. Talvez ele não saiba, mas chorei muito por conta disso. Tinha um medo estranho de perdê-lo.
Fiquei feliz, muito feliz também quando no Natal do ano passado, depois de uma feia discussão com minha mãe, o alarme do celular disparou com uma mensagem que me fez chorar e rir ao mesmo tempo. A mensagem dizia assim: “FELIZ NATAL COISA HORRÍVEL!” Tenho a mensagem guardada até hoje. Esse ano, no dia do meu aniversário então? Nossa! Meu (ex) noivo não lembrou nem de perguntar se eu tava viva, Roberto lembrou o dia todo...até me ligou algumas vezes durante o dia.
Amo nossas conversas, acho graça nas nossas brigas, gosto do mau humor temperado dele, do jeito que ele tem quando quer me provocar, me fazer ciúme, de me irritar, de me fazer dar risadas, das ligações que me fez no meio da tarde (mesmo aquela em que tudo que eu fiz foi chorar e pedir para ele vir até aqui me dar um abraço)...pequenas coisas que fazem a gente se descobrir. Imaginei mil coisas para estar junto dele, comemorando, esta data. De tudo que imaginei, só o presente que ‘preparei’ saiu como o imaginado. Está guardado numa caixa enorme...Mas vou entregá-lo.
Acho que não preciso ficar repetindo o quanto adoro Roberto, nem de todo o bem que ele me faz, pelas mais diversas razões. Esse texto que escrevo, mais um, é só para expressar todo o carinho que o tenho e que essas palavras representam só um terço do que sinto. E que hoje, nesta data, gostaria de estar junto dele comemorando, dando o beijo, o abraço que por diversas vezes imaginei. Mas esse não é o último 15 de dezembro de nossas vidas, muitos virão e comemoraremos muitas vezes, juntos.

“Rô...por tudo que representas em minha vida e por mais que tentemos, mesmo de forma involuntária, nos mantermos afastados... Alles Gute zum Geburtstag häßlich! Ich liebe dich!”
Thalita Marinho

domingo, 10 de dezembro de 2006

¡LIBERTAD AL CHILE!



Morreu hoje em um hospital de Santiago o sangrento general chileno Augusto Pinochet. O homem que mais trouxe tristeza ao alegre povo do Chile desde que executou o golpe militar daquele país, traindo a confiança do presidente Allende. Me surpreende que alguns, além da família, estejam chorando...acredito que a maioria dos ‘hemanitos’ estejam comemorando.
O mais irônico de sua morte, se é que assim podemos dizer, é que ele morreu no dia que sempre ignorou no seu calendário, o DIA INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS. Talvez tenha sido esse o maior castigo, o último reservado por Deus.
Comemorem hermanos, finalmente caiu o vosso ditador. Tragam de volta a alegria e o sorriso à suas vidas, mesmo que não seja possível apagar as marcas do passado. A primeira justiça foi feita. Só fico a imaginar onde vai vagar Pinochet, é porque o diabo, se é que existe um com direito a inferno, não vai querer concorrência por lá. Ah...quer saber? Foi tarde... ¡VIVA CHILE!
Thalita Marinho
FOLHA DE CALENDÁRIO



Imagine por um momento que és uma folha de calendário.
Se fores um simples número tens uma vida que dura apenas esse dia. Que farias durante um dia inteiro, sabendo que amanhã já não é teu dia? As folhas de calendário que consultei, me disseram que sem dúvida, viver seria o que fariam.

-“Sim, viver, claro! Mas em um só dia?” – lhes perguntei.
-“Sim, minha vida se compõe de um dia, bem organizado, pode ser uma vida inteira, ao estilo da tua.” – me respondeu o 12 de junho.
-“Mas, - perguntei, se não gostares de como o dia sairá, já não terás a possibilidade de repeti-lo ou de melhorá-lo, porque amanhã já não será hoje, e ontem, já não será tão pouco hoje.”
-“Certo é, - respondeu o 2 de maio, mas um de nós pode ser uma data especial para alguém, com quem, viveremos na lembrança. Outro poderá ser um dia marcado para muitas pessoas, etc. E, teremos a grande vantagem, que, se é certo, que viveremos um único dia, porém... no ano seguinte voltaremos a existir.
Essa conversa com as distintas folhas do calendário que tinha sobre minha mesa foi tão curiosa, que fui ao meu quarto, para meditar sobre o que acabara de escutar. Ali, na estante, olhava outro calendário. Este era mensal, com uma linda foto da rua da Aurora no centro do Recife.
E, já que havia conseguido falar com um, perguntei a este calendário também:
-“Se és uma folha com muitos números, tens um mês inteiro para desfrutar do tempo que te foi concedido, não é assim?”
-“Tenho a sorte de poder viver com mais intensidade, que meus companheiros de dia, mas em essência somos iguais. Podes lembrar-te de um dia, ou de um mês, se estes marcaram tua vida com algo especial”.
-“Francamente curioso", - lhe respondi.

E imaginei que era uma folha de calendário, preferi ser de um dia que de um mês, queria desfrutar do tempo que me concedia essa folha de papel.
E fui um 25 de abril, um 12 de julho, 30 de setembro e um 15 de dezembro. Pude descobrir a beleza do outono, esfriei no inverno, vi a alegria da primavera e me aqueci no verão.
E me deu pena! Me deu pena de ser um só dia, e ao final dele passar a ser uma bola de papel, amassada e suja, esquecida na lixeira.
Mas também me deu alegria, pois pude ser a data para um aniversário, escreveram em uma de minhas folhas vários versos, e em outra, um telefone. Fui uma folha de calendário utilizada, para lembrar, e ainda que tenha terminado mais tarde em uma lixeira, cumpri meu papel.

Thalita Marinho

P.S.: Não, não estou ficando louca ou fazendo uso de drogas se é o que tá passando pela cabeça de vocês ao ler o texto acima. Apenas estou tentando, atravéz dele, dizer que devemos aproveitar melhor os nossos dias. Devemos tentar fazê-los especial, ou simplesmente tirar proveito das lições que nos são dadas pela vida. E decidi fazer o que faria a folha de calendário: EU VOU VIVER.