quarta-feira, 30 de novembro de 2005


“Eu construí uma ponte
Além de nenhum lugar, através do nada
E queria que existisse algo no outro lado
Eu construí uma ponte
Além da neblina, através da escuridão
E desejei que tivesse luz no outro lado.

Eu construí uma ponte
Além do desespero, através da desconsideração
E sabia que poderia ter esperança no outro lado.

Eu construí uma ponte
Além da falta de ajuda, através do caos
E acreditei que poderia existir força do outro lado.

Eu construí uma ponte
Além do inferno, através do terror
E era uma boa, forte e bonita ponte.
E era uma ponte que eu construí

Com apenas minhas mão por ferramentas
Minha obstinação como suporte
Minha fé como medida e meu sangue como pregos.

Eu construí uma ponte
E a atravessei, mas não havia ninguém
Para me encontrar do outro lado”.

Sinclair

segunda-feira, 28 de novembro de 2005


Um dia a maioria de nós irá se separar. Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, as descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que compartilhamos. Saudades até dos momentos de lágrima, da angústia, das vésperas de finais de semana, de finais de ano, enfim, do companheirismo vivido. Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre. Hoje não tenho mais tanta certeza disso.
Em breve cada um vai pra seu lado, seja pelo destino, ou por algum desentendimento, segue a sua vida, talvez continuemos a nos encontrar quem sabe nas cartas trocadas. Podemos nos telefonar conversar algumas bobagens. Aí os dias vão passar, meses, anos, até este contato tornar-se cada vez mais raro. Vamos nos perder no tempo.
Um dia nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão? Quem são aquelas pessoas? Diremos.Que eram nossos amigos. E isso vai doer tanto! Foram meus amigos, foi com eles que vivi os melhores anos de minha vida! A saudade vai apertar bem dentro do peito. Vai dar uma vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente. Quando o nosso grupo estiver incompleto, nos reuniremos para um ultimo adeus de um amigo. E entre lágrima nos abraçaremos. Faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante.
Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vidinha isolada do passado. E nos perderemos no tempo. Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe em branco e que pequenas adversidades seja a causa de grandes tempestades. Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!
Fernando Pessoa

sábado, 26 de novembro de 2005


Que vontade de chorar! Estou me sentindo sozinha demais. Alguém aí pode me dar uma mãozinha? Um colinho? Um ombro pra eu chorar minha solidão, minha deprê, minha dor, minha própria confusão?
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Quero chorar, não tenho lágrimas
Que me rolem nas faces
Pra me socorrer
Se eu chorasse,
Talvez desabafasse
O que sinto no peito
E não posso dizer
Só porque não sei chorar
Eu vivo triste a sofrer
Estou certo que o riso
Não tem nenhum valor
A lágrima sentida
É o retrato de uma dor
O destino assim quis
De mim se separar
Eu quero chorar não posso
Vivo a implorar

sexta-feira, 18 de novembro de 2005




Era uma vez uma pérola. Uma linda pérola negra que vivia dentro de uma conchinha no mais fundo e belo dos oceanos.
A pérola negra adorava mostrar a todos como era bonita, forte, fascinante... Algumas vezes se mostrou até corajosa, pois, saia da segurança de sua concha a desbravar aquele desconhecido e magnífico oceano. Sem temer nada nem a ninguém! E a todos encantava! Muitos a admiravam, outros nem tanto, mas ela seguia feliz e altiva. Ela era uma pérola com luz própria. Sabia o que queria, sentia-se segura, quase uma rocha! Um dia, um bravo mergulhador a encontrou e com muito jeito fez com que, essa preciosa pérola, esquecesse da segurança da sua concha. Ele a fez acreditar que não precisava temer ou se esconder do mundo. Fez com que ela acreditasse que ao seu lado estaria segura, sempre. Então ela, com ele resolveu seguir. Mas o que o mergulhador esqueceu de contar é que nem sempre poderia estar a seu lado e que teriam que se afastar.
No dia da partida a pérola negra, desesperada, não sabia o que fazer. Sentiu-se como um grão de areia. Perdera seu brilho, seu fascínio, seu encanto... Voltou então para sua concha, o único lugar onde se sentia, de fato, segura. Decidiu que de lá não sairia mais. Não deixaria que mais ninguém, nem mesmo gentis mergulhadores, fossem agraciados com a exuberância de sua beleza. Ela deixou de acreditar na bondade, no carinho, na admiração, no amor que podiam sentir por ela. Ela, simplesmente, deixou de acreditar e se escondeu. Escondeu-se por acreditar que assim estará protegida! Se ela não se mostra, não se revela não tem como ser machucada, magoada.Hoje, a pérola negra, continua no mais fundo e belo dos oceanos. Vive trancada na sua conchinha, escondida sem permitir que ninguém a veja ou admire sua beleza. Não acredita que sentimentos puros e verdadeiros lhe possam ser ofertados e da felicidade, que sempre esteve a seu lado, desconfia.
Thalita Marinho

sábado, 12 de novembro de 2005




Tenho 26 anos de sonhos, de sangue e de América do Sul. Sou atenciosa, gosto de cuidar e de me preocupar com as pessoas de quem eu gosto, sem ser intrometida. Sou inteligente e divertida. Sei a hora de ser séria e a hora de relaxar.
Gosto de conversar de um tudo, de política, passando por esportes, até chegar aos entretenimentos e coisas da vida. Gosto de sair, viajar e de ficar deitada, bem quietinha, abraçadinha. Sou vaidosa. Um pouco ansiosa (mas porque sempre espero ser surpreendida), sou decidida, carinhosa, manhosa, mas forte. Sou companheira. Um pouco ciumenta, mas no ponto certo para dar um charme. Sou feminina sem ser feminista. Sou recatada quando a ocasião pede e ousada quando a situação exige. Gosto de surpreender com pequenos detalhes, como: ligar pra dizer um simples OI ou para dizer que estou com saudade. Gosto de mandar mensagens ao acordar para desejar um “bom dia” ou no meio do dia com algo bem alegre justo naquele momento em que pensas que o mundo vai explodir de tanta coisa que tens para fazer.
Gosto do cheiro de terra molhada depois da chuva. Gosto de ver o dia amanhecendo e de ver o sol despontando tímido e sutil. Gosto de me deitar no jardim sob a luz da lua. Gosto de beijar na chuva. Adoro dar risadas, para sempre achar graça nas besteiras que podemos dizer um ao outro. Sou um pouco teimosa. Mas dizem que manha e teimosia são uma combinação atraente.
Amo Mário Quintana e Pablo Neruda. Aprendi a gostar de Machado de Assis. Odeio assistir aula. Mas gosto de dar aulas e sinto prazer em ver que estão aprendendo de mim. Esqueço do Mundo quando estou com meu amor. Um dia terei uma obra do Aleijadinho e outra de Picasso. Acredito em Papai do Céu. Tenho muitos conhecidos. Amo meus poucos amigos. Não consigo me acertar com o relógio, mas estou tentando ser pontual. Não gosto de gente lerda. Tenho um amigo especial. Sou louca por crianças. Alucinada por cachorros. Tenho orgulho dos meus pais. Fui uma criança muito amada. Tenho medo da morte. Um dia vou a Índia. Não ligo para dinheiro. Gasto em demasia. Adoro dar presente. Gosto de ganhar presentes simples e cheios de significados. Sou uma mulher determinada e vaidosa. Gosto de ser infantil, apesar de ser uma adulta consciente. Adoro roda gigante. Cobrança me cansa. Chatice e burrice também. Sou fã de Chico Buarque. Não suporto o João Kleber. Odeio Fígado. Admiro a vida, a obra e pessoa de Frida Khalo. Gostaria de ter convivido com Che Guevara.
Sou Romântica. Preciso aprender a estar só. Amo minhas irmãs. Amo muito, poucos. Não consigo dizer não. Sei lidar com pessoas, nunca aprendi a lidar com egos. Gosto de cozinhar por prazer. Ando sensível. Adoro Djavan. Sou Náutico desde que conheci Murilo (gigante) e Marcelo (montanha). Detesto a Seleção Argentina de Futebol. Sou mais alta do que gostaria. Nunca fui boa em física. Dirijo com perfeição. Já fui feliz, hoje sou mais ainda. Durmo menos que gostaria, acordo muito cedo. Adoro de preto a amarelo. Tenho bom humor. Preciso usar óculos. Gosto de cerveja, mas prefiro vinho. Não tenho medo de altura. Faço amizades fácil. Ando meio decepcionada com as pessoas. Voltei a fazer exercícios. Sou uma mulher simples que tem paixão pela vida e pelas pessoas.
Thalita Marinho

quarta-feira, 9 de novembro de 2005

LUNÁRIO (Do latim LUNA ‘lua’, + -ário.) S.m. – Calendário em que o tempo é computado por luas.

PERPÉTUO (Do latim PERPETUU.) Adj. 1. Incessante, contínuo, ininterrupto: movimento perpétuo. 2. Que dura sempre; eterno; eternal: degredo perpétuo; jazigo perpétuo. 3. Diz-se de cargo ou função vitalícia: É secretário perpétuo da Academia. 4. Freqüente, constante, contínuo: Andam em perpétuas discussões. ~ V. calendário -. (Cf. perpetuo, do v. perpetuar.)

Farei desse, então, o meu ‘calendário perpétuo’. O calendário que acompanhará as minhas fases como as da Lua. Meus altos e baixos. Meus momentos de desespero, dedicação, angústias, felicidades, êxtases, realizações e afins. A minha vida retratada aqui! O calendário perpétuo desse meu passeio e existência na vida.
Thalita Marinho