segunda-feira, 25 de dezembro de 2006

Mais um Natal! Pensei que esse ano seria menos traumático...confesso que estou começando a me frustrar com a data. E dessa vez eu acredite que os 3 últimos Natais seriam superados por esse, que vinha se desenhando para ser tranqüilo e de fato feliz. A minha esperança, antes mesmo que eu a procurasse fugiu e não deixou nenhum bilhetinho como no ano passado. Acho que foi medo que eu insistisse para ela ficar.
Restava-me o Espírito de Natal, ele sempre aparece, mesmo que seja a 0h do dia 24 de dezembro. Esperei pela habitual mensagem que ele sempre me manda dizendo por onde anda. Resolvi esperar! Quando avistei o carteiro corri feliz, devia ter algo pra mim, mas ele disse que dessa vez não. Numa intuição do sexto sentido, fui checar meus e-mails e lá tinha uma mensagem dele. De novo ele disse que estava um pouco atrasado... Prevenida que sou, já separei o vestido de matuta, os cd’s de forró. Tentei decorar a casa com bandeirinhas e fazer uma fogueira no jardim, mas a idéia não foi muito acatada pelo pessoal de casa. Lembrei de Papai Noel, não custava tentar, não é mesmo?
Com medo de ver mais um passarinho cagar no meu sapato por estar na janela, resolvi fazer pelo método mais tradicional, escrevi uma carta e enviei via correio. Ainda não satisfeita, passei um e-mail. O mundo anda tão moderno, crianças de 6 anos já têm orkut, porque Papai Noel não teria e-mail? Não pedi nada demais, não ando exigente e pelo decorrer das coisas durante o ano, acreditei que esse ano ele seria simpático comigo. Afinal de contas, fui uma boa garota o ano inteiro.
Não esperei a manhã de Natal chegar. Como o carteiro já havia passado e nada trazido, corri direto para o computador. Nossa lá estava a mensagem respondida. Hesitei em abrir. Apesar de toda a ansiedade, tinha medo da resposta que encontraria tendo em vista os acontecimentos da última semana. Tudo era possível.
Criei coragem, tomei fôlego, cliquei para abrir e me coloquei a ler a mensagem do ‘bom velhinho’. Era uma mensagem curta e bem direta, que me fez encher os olhos de lágrimas e me ver tomada por um misto de sensações... Estava escrito assim:
“VOCÊ DE NOVO? SERÁ QUE NÃO APRENDE NUNCA? TÁ NA HORA DE CRESCER GAROTA CHATA. NÃO FIQUE ME ‘ENCHENDO’ COM CARTAS E E-MAILS. SERÁ QUE OS ACONTECIMENTOS DA ÚLTIMA SEMANA NÃO TE FORAM SUFICIENTES PARA PERCEBER QUE NÃO TEM PRESENTE PARA VOCÊ? ATÉ PENSEI EM TE DAR O QUE PEDISTE, MAS QUAL SERIA A GRAÇA DE TE VER FELIZ? ESPERO QUE DESSA VEZ VOCÊ APRENDA.”

Ass: PAPAI NOEL

Pois é...bom velhinho um cacete! Cheguei a conclusão que o meu Papai Noel é mesmo um picareta, enquanto todo mundo ganha presente ele me toma o meu. Quer saber? Vou pro jardim organizar a quadrilha. Bom São João...ops! Feliz Natal!


Thalita Marinho

domingo, 24 de dezembro de 2006

sábado, 23 de dezembro de 2006

Sigo Você Toda Noite



Sabe aqueles passeios despretensiosos que se dá ao shopping? Aqueles em que só se vai para passar o tempo e evitar entrar na cozinha de casa para preparar algo pra comer por pura preguiça. Pois é, foi num dia desses em que eu tava perambulando pelo shopping que me deparei com a capa de um livro exposto na vitrine. Achei o título interessante, o autor nunca ouvira falar. Entrei na loja e pedi para ver um exemplar. Li a sinopse, achei previsível, mesmo assim resolvi apostar. Toda leitura é válida, ainda mais para ocupar a mente e evitar pensar besteira.
'Sigo você toda noite' do italiano Luca Bianchini. Escrita sagaz que prende a atenção, quanto mais se lê, mais se quer ler. Com uma veia irônica e melancólica, abrindo novas possibilidades para todos os matizes da comédia. Uma aventura tensa e envolvente, rica de personagens inesquecíveis, na qual as paixões da idade adulta se confundem com as ilusões da adolescência, e a comicidade com o drama.
A deliciosa e apaixonante história do homem que busca o amor da sua vida e vê a mesma dar um giro de 360º. Só a sinopse é previsível...a leitura te toma de assalto e surpreende a cada página. APAIXONANTE...essa foi a melhor palavra que encontrei para definir a história do encantador e humano Roger. Um personagem tão real que nos faz deparar com situações que vivenciamos. A busca pelo grande amor, os atropelos do trabalho, as relações de amizade, os contra-tempos familiares...as surpresas impostas pela vida. Isso tudo são elementos que compõe esse livro que deve ser lido sem pretensões.
Fascinada pela história, encantada pelo autor, apaixonada por seus personagens é assim que me descrevo depois de ler Sigo Você Toda Noite. A história do livro me traz à mente fatos e pessoas reais. E porque não dizer, um pouquinho da minha vida.
Tudo que posso dizer é que “amanhã na batalha, pense em mim” e quando vier, não esqueça as “margaridas amarelas”.

Thalita Marinho

SINOPSE:

“Uma noite encantadora. Roger Milone, 32 anos, incomparável televendedor de panelas, encontra, num barzinho, a mulher de sua vida. Infelizmente, é a noite errada, porque ela, Stella irá se casar no dia seguinte. Roger não é, porém, do tipo que abandona um sonho sem persegui-lo e, deixando a casa onde mora com a mãe e a irmã, põe-se a rastrear a mulher, tendo como única pista um cartãozinho perfumado. Mas, exatamente enquanto está concentrado em reencontrar seu amor, a vida o surpreenderá com uma série de reviravoltas, transformando-o num astro da telinha. Repentinamente cobiçado pelas mulheres e pelas revistas de fofocas, invejado pelos amigos e motivo de orgulho para a família, a vidinha de Roger foi definitivamente virada pelo avesso. Agora, seu companheiro é um piano, suas origens de morador da periferia foram trocadas por um belo apê, e ele descobre que seu melhor amigo é gay. Acrescente a isso um padre que é um gato, uma fascinante florista chamada Beth, a senhora Maria, sua mãe, especialista em fazer perguntas no melhor estilo detetive particular, e a impagável Rosita, a irmã adolescente, igualmente dividida entre o drama dos sentimentos, a tragédia dos cabelos e a paixão por Robbie Willians.”


Natal de novo...eita nós! Os lojistas adoram essa época, os olhinhos chegam a brilhar! Com dinheiro ou sem dinheiro, vamos as compras, as lojas estão cheias. Lá se vai o 13º, as férias, as gratificações... Compre tudo que desejas, pague quando o carnaval chegar, ou em ‘agosto’...de Deus.
Entrar nos shoppings então, nossa, é a visão do inferno. Gente, mal educada, que não tem disciplina pra andar carregando todas as sacolas do mundo, mães histéricas tentando controlar verdadeiros bichinhos que elas teimam em chamar de filhos, pais estressados preocupados com tanto de zerinhos que os milagrosos cartões de crédito registram e já pensando que ainda faltam os materiais escolares, a matrícula, fardamento... Pessoas obesas sempre tentando equilibrar sacolas e sorvetes de casquinha. Perdem as sacolas o sorvete jamais! Vendedores sorrindo a valer “Quer ver mais outro?” “DESCE O ESTOQUE”. Tem também a vendedora simpática que adora atropelar a língua e abusar do gerúndio: “POSSO ESTAR AJUDANDO?” Eis que se ouve uma voz suave no alto-falante: “Encontra-se perdida uma criança trajando...”. Acabou a paz! Lá se vai mais uma mãe histérica, mais uma criança chorando e gente se aglomerando. Sim, mas estamos comemorando o que mesmo? Bem, perguntas difíceis para depois.
Confesso que até gosto de entrar no shopping essa época do ano. Não, não estou louca! Gosto para poder observar as pessoas. Só assim percebo as cenas descritas acima. As pessoas nem se preocupam com sentido da data. Os comerciantes querem lucrar, as pessoas querem gastar e todo mundo quer ganhar. A cidade está enfeitada, pisca-pisca em todos os lugares, Papai Noel estufando dentro daquela roupa vermelha e bonecos de ‘neve’ intactos em pleno calor de 40º. Festa bonita, mas estranha demais...
Entra ano e sai ano e tento relembrar o sentido da data, mas tudo que me vem à cabeça é o comércio. No dia 6 de janeiro volta tudo ao normal, árvores e enfeites encaixotados, bons velhinhos esquecidos nos maleiros, pisca-pisca vermelhos escondido. Até porque pisca-pisca vermelho só no Natal, fora isso só na casa de Odete.
Natal passa e vamos contabilizar. As faturas começam a chegar, ‘Nossa...gastei isso em quê?”, saldo no banco no vermelho, aquela roupa nova...esqueça vais ter que perder tudo que consumiu entre o Natal e o Ano Novo pra entrar....
Sim...mas o que estamos comemorando mesmo? Ah...no próximo Natal você tenta descobrir.
Thalita Marinho

quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

15 DE DEZEMBRO


Hoje é um daqueles dias que por mais que se tente, não tem como tirar da mente. Não da minha!15 DE DEZEMBRO. A pouco mais de dois anos não imaginei que essa data fosse ter tanta importância pra mim. Não imaginei que o ‘dono’ da data fosse ter tanta importância. Hoje é o aniversário de Roberto. Sim, o mesmo tantas vezes aqui citado, o mesmo a quem tenho dedicado boa parte dos textos aqui publicados.
Tem alguns meses que eu idealizo essa data. Tinha imaginado tudo diferente do que está sendo. Imaginei inclusive que fosse estar em Joinville, assim como imaginei que estaria em julho, no aniversário do pequeno dele. Planos naufragados! Mas não estou aqui escrevendo para lamentar o que poderia ter acontecido...prefiro pensar no que estar por vir.
Não vou e não preciso esconder de ninguém a importância que esse moço tem na minha vida hoje. Muito menos as transformações que ocorreram em minha vida por causa dele. E não me arrependo, que fique bem claro. Sempre vi em Roberto uma pessoa admirável, mesmo com o jeito fechado, de quase não se abrir ou desabafar. Mas fico feliz ao perceber que nos momentos em que ele precisou fazer isso foi a mim a quem recorreu. Como no susto que me deu ano passado, nesta mesma época, quando um médico retardo confundiu uma ‘gastrite nervosa’ com um ‘tumor’, o que, lógico, fez ele surtar e eu daqui pouco podendo fazer a não ser ajudar com algumas poucas palavras e muitas vezes ficando muda cada vez que o via chorar. Teve momentos em que tudo que eu queria era pegar um avião e ir até lá ficar com ele, ‘comendo brigadeiro’, esperando os resultados dos exames. Deram negativos, graças a Deus! Como fiquei feliz...acho que nem ele se deu conta da minha apreensão, nervosismo e depois felicidade. Talvez ele não saiba, mas chorei muito por conta disso. Tinha um medo estranho de perdê-lo.
Fiquei feliz, muito feliz também quando no Natal do ano passado, depois de uma feia discussão com minha mãe, o alarme do celular disparou com uma mensagem que me fez chorar e rir ao mesmo tempo. A mensagem dizia assim: “FELIZ NATAL COISA HORRÍVEL!” Tenho a mensagem guardada até hoje. Esse ano, no dia do meu aniversário então? Nossa! Meu (ex) noivo não lembrou nem de perguntar se eu tava viva, Roberto lembrou o dia todo...até me ligou algumas vezes durante o dia.
Amo nossas conversas, acho graça nas nossas brigas, gosto do mau humor temperado dele, do jeito que ele tem quando quer me provocar, me fazer ciúme, de me irritar, de me fazer dar risadas, das ligações que me fez no meio da tarde (mesmo aquela em que tudo que eu fiz foi chorar e pedir para ele vir até aqui me dar um abraço)...pequenas coisas que fazem a gente se descobrir. Imaginei mil coisas para estar junto dele, comemorando, esta data. De tudo que imaginei, só o presente que ‘preparei’ saiu como o imaginado. Está guardado numa caixa enorme...Mas vou entregá-lo.
Acho que não preciso ficar repetindo o quanto adoro Roberto, nem de todo o bem que ele me faz, pelas mais diversas razões. Esse texto que escrevo, mais um, é só para expressar todo o carinho que o tenho e que essas palavras representam só um terço do que sinto. E que hoje, nesta data, gostaria de estar junto dele comemorando, dando o beijo, o abraço que por diversas vezes imaginei. Mas esse não é o último 15 de dezembro de nossas vidas, muitos virão e comemoraremos muitas vezes, juntos.

“Rô...por tudo que representas em minha vida e por mais que tentemos, mesmo de forma involuntária, nos mantermos afastados... Alles Gute zum Geburtstag häßlich! Ich liebe dich!”
Thalita Marinho

domingo, 10 de dezembro de 2006

¡LIBERTAD AL CHILE!



Morreu hoje em um hospital de Santiago o sangrento general chileno Augusto Pinochet. O homem que mais trouxe tristeza ao alegre povo do Chile desde que executou o golpe militar daquele país, traindo a confiança do presidente Allende. Me surpreende que alguns, além da família, estejam chorando...acredito que a maioria dos ‘hemanitos’ estejam comemorando.
O mais irônico de sua morte, se é que assim podemos dizer, é que ele morreu no dia que sempre ignorou no seu calendário, o DIA INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS. Talvez tenha sido esse o maior castigo, o último reservado por Deus.
Comemorem hermanos, finalmente caiu o vosso ditador. Tragam de volta a alegria e o sorriso à suas vidas, mesmo que não seja possível apagar as marcas do passado. A primeira justiça foi feita. Só fico a imaginar onde vai vagar Pinochet, é porque o diabo, se é que existe um com direito a inferno, não vai querer concorrência por lá. Ah...quer saber? Foi tarde... ¡VIVA CHILE!
Thalita Marinho
FOLHA DE CALENDÁRIO



Imagine por um momento que és uma folha de calendário.
Se fores um simples número tens uma vida que dura apenas esse dia. Que farias durante um dia inteiro, sabendo que amanhã já não é teu dia? As folhas de calendário que consultei, me disseram que sem dúvida, viver seria o que fariam.

-“Sim, viver, claro! Mas em um só dia?” – lhes perguntei.
-“Sim, minha vida se compõe de um dia, bem organizado, pode ser uma vida inteira, ao estilo da tua.” – me respondeu o 12 de junho.
-“Mas, - perguntei, se não gostares de como o dia sairá, já não terás a possibilidade de repeti-lo ou de melhorá-lo, porque amanhã já não será hoje, e ontem, já não será tão pouco hoje.”
-“Certo é, - respondeu o 2 de maio, mas um de nós pode ser uma data especial para alguém, com quem, viveremos na lembrança. Outro poderá ser um dia marcado para muitas pessoas, etc. E, teremos a grande vantagem, que, se é certo, que viveremos um único dia, porém... no ano seguinte voltaremos a existir.
Essa conversa com as distintas folhas do calendário que tinha sobre minha mesa foi tão curiosa, que fui ao meu quarto, para meditar sobre o que acabara de escutar. Ali, na estante, olhava outro calendário. Este era mensal, com uma linda foto da rua da Aurora no centro do Recife.
E, já que havia conseguido falar com um, perguntei a este calendário também:
-“Se és uma folha com muitos números, tens um mês inteiro para desfrutar do tempo que te foi concedido, não é assim?”
-“Tenho a sorte de poder viver com mais intensidade, que meus companheiros de dia, mas em essência somos iguais. Podes lembrar-te de um dia, ou de um mês, se estes marcaram tua vida com algo especial”.
-“Francamente curioso", - lhe respondi.

E imaginei que era uma folha de calendário, preferi ser de um dia que de um mês, queria desfrutar do tempo que me concedia essa folha de papel.
E fui um 25 de abril, um 12 de julho, 30 de setembro e um 15 de dezembro. Pude descobrir a beleza do outono, esfriei no inverno, vi a alegria da primavera e me aqueci no verão.
E me deu pena! Me deu pena de ser um só dia, e ao final dele passar a ser uma bola de papel, amassada e suja, esquecida na lixeira.
Mas também me deu alegria, pois pude ser a data para um aniversário, escreveram em uma de minhas folhas vários versos, e em outra, um telefone. Fui uma folha de calendário utilizada, para lembrar, e ainda que tenha terminado mais tarde em uma lixeira, cumpri meu papel.

Thalita Marinho

P.S.: Não, não estou ficando louca ou fazendo uso de drogas se é o que tá passando pela cabeça de vocês ao ler o texto acima. Apenas estou tentando, atravéz dele, dizer que devemos aproveitar melhor os nossos dias. Devemos tentar fazê-los especial, ou simplesmente tirar proveito das lições que nos são dadas pela vida. E decidi fazer o que faria a folha de calendário: EU VOU VIVER.


quarta-feira, 15 de novembro de 2006

Tarde Vazia



Tem horas em que tudo que eu quero é conseguir me desligar do mundo. Nem sempre isso é possível, não porque eu não queira, mas porque as pessoas não deixam. Aí parece que a cabeça vai explodir, a vista embaça, o coração ameaça parar... Milhões de pessoas paradas na minha frente, falando todas ao mesmo tempo, cada uma querendo uma coisa diferente e todas parecendo falar grego, ou qualquer outro idioma que eu certamente não entendo. Ontem foi um dia assim!
O trabalho até que tava calmo só que do nada apareceu tanta gente falando na minha frente... Não sei se as pessoas perceberam, mas eu devia estar com uma cara de quem tava pedindo para ser resgatada dali. Olhava e não via rota de fuga. Não, eu não estava triste, aperreada ou qualquer coisa que o valha, tenho estado até calma. Só deu uma agonia com tanta gente falando de forma desencontrada. Êta povinho pra falar! Ontem nem o msn me pareceu atraente, mesmo vendo a ‘janela’ dele subir e descer dando sinal de entrada e eu me controlando pra não puxar assunto. Cansei de só eu correr atrás! E as pessoas continuam a falar.
Senti que eu tava ficando surda, minha mente começou a encher de pensamentos e as vozes, que eu devia estar prestando atenção no que diziam, começaram a se distanciar. E pareciam cada vez mais longe. Comecei a achar aquilo divertido e foi engraçado ver aquelas pessoas ‘fazendo mímicas’ na minha frente. Minha diversão momentânea só foi interrompida pelo ‘trim-trim’ do telefone, no começo não consegui ouvi quem falava, nem o que falava, também com tanta gente falando. PUTZ...esse povo não cansa o maxilar? Uns cinco segundos depois é que eu reconheci a voz do outro lado da linha.
Fiquei surda de novo! Só ouvia a voz no telefone, as pessoas paradas na minha frente voltaram a fazer mímicas. Depois de ver a janelinha do msn com o nome dele subir e descer tantas vezes, ouvir sua voz ao telefone era o máximo. Não consegui disfarçar a surpresa! Ainda não me acostumei com essas ligações, quase diárias e repentinas, dele no meio da tarde no trabalho. E estou adorando! Pensei sozinha, o porque dele não ter falado no msn, mas achei melhor ficar calada, não queria aborrecê-lo com perguntas bestas. Conversamos por mais de 30 minutos e foram duas ligações assim, numa única tarde. Estou ganhando moral na vida do moço, e acho que no coração também.
Quero mais é que o povo continue falando e que eu continue me perdendo nos meus pensamentos para ser desperta pelo ressoar do telefone...só pra ouvir aquela voz que não sai da minha mente. Nunca pensei que um telefonema, um monte deles na verdade, fosse me fazer valer o dia.
Thalita Marinho
"VOCÊ ME LIGOU NAQUELA TARDE VAZIA
E ME VALEU O DIA"
(Tarde Vazia - IRA!)

sexta-feira, 10 de novembro de 2006


BOMBA ATÔMICA
O mundo amanheceu em pânico a pouco mais de um mês. Para ser mais exata no dia 08 de outubro, e não é porque era segunda-feira, mas porque a Coréia do Norte resolveu testar uma bomba atômica em alguma montanha perdida do seu país. E o que eu tenho com isso? Tá...tudo bem, um teste desse mexe com o mundo todo. Vai que os kamikazes de olhinhos puxados, e dessa vez não são os japoneses, resolvem testar o novo brinquedinho no quintal ou jardim do vizinho próximo ou dos nem tão próximos assim. Ah...que se dane! Estou me dando o direito de não me preocupar com o bem estar do mundo. Não, não resolvi assumir o meu lado terrorista. Não por enquanto!
A pouco mais de seis meses os meus sentimentos mais parecem explosões atômicas dentro de mim e eu não tenho perturbado ou incomodado ninguém por conta disso. Quer dizer, quase ninguém...até porque, boa parte dos meus sentimentos são só meus e eu me reservo o direito de não falar deles o tempo todo, nem pra qualquer um. Se os moços de olhos puxadinhos ou os engravatados com síndrome de donos do mundo pudessem ver como essas explosões acontecem dentro de mim veriam que seus jogos de guerras não fazem o mínimo sentido.
As explosões são quase simultâneas, eu me perco tamanha é a confusão e não adianta eu buscar explicação; só quem pode me dar tais explicações sou eu! Em muitos momentos me veio a cabeça se eu fiz ou continuo fazendo a coisa certa. Vai saber! Não estou procurando as certezas, fico feliz (às vezes) com esse meu jeito errante de estar conduzindo minhas emoções. Estou aprendendo a lidar com as tais explosões e elas me têm sido até benéficas de uma certa forma. Elas não me deixam perder o foco, o alvo a ser conquistado.


Thalita Marinho

quinta-feira, 2 de novembro de 2006

Mãos...




Tropecei em um poema num blog que muito aprecio assinado por um “neo-liberalista” que gostei. Tanto, que o transcrevo, dando-me o gosto de o recordar. Não pelas características ditas atrás sobre o citador, distantes das minhas, mas porque o autor o merece, por ser uma pessoa a quem muito estimo. Assim, por razões duplicadas, confluentes na largueza do gostar amplo e sem donos, aqui vai o poema transcrito:




Com mãos se faz a paz se faz a guerra.
Com mãos tudo se faz e se desfaz.
Com mãos se faz o poema – e são de terra.
Com mãos se faz a guerra – e são a paz.
Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.
Não são de pedras estas casas, mas
de mãos. E estão no fruto e na palavra
as mãos que são o canto e são as armas.
E cravam-se no Tempo como farpas
as mãos que vêm nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.
De mãos é cada flor cada cidade.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade.
Bruxa...




Eu sou bem mais cuidadosa ao conduzir minha vassoura...rs!

quarta-feira, 1 de novembro de 2006


COISAS DE BRUXA

Eu nasci com este dom! Nunca fiz nada para ser assim. Consigo sempre ver nas coisas e nas pessoas algo mais do que coisas e do que pessoas. É fácil para eu responder-lhes e “brincar” com as suas energias. Se isso é ser “bruxa” então sou bruxa pronto! E não, não existe bruxa feia, velha, corcunda, com verruga no nariz e que faz maldades...até porque essa é invenção de Walt Disney e da igreja na inquisição.
Dou risada disso, acho engraçada a maneira como me vêem. Olho-os e lá está a cor mágica que os define.Ninguém entende a vida que levo. Acham-me no mínimo estranha, apenas rio. Sou apenas, uma mera mortal que quer ser feliz. Mas a minha felicidade vem sempre por acréscimo da felicidade que tento “plantar” nos outros. Vê-los sorrir é o meu alimento.
Gosto de falar com as plantas e com os animais, e por mais estranho que seja, eles dão-me algumas das respostas que preciso para continuar a sorrir (às vezes mais do que as pessoas). E tenho também as minhas asas, acompanham-me sempre, em todas as horas da minha vida. E todo o mistério das coisas está nelas e no poder “voar”...
Engraçado como pouca gente ainda o descobriu. Também sorrio a isso, segundo dizem é um sorriso enigmático e misterioso. Garanto-vos que nada tenho de “Gioconda”. Volto a rir... O meu sorriso tem todo o tamanho do meu coração. E desejo-o partilhar e doar ao mundo. Talvez seja assim que desejo ser recordada um dia quando partir: como uma enorme boca a sorrir.
Depois tenho as palavras. “Reproduzo-me” através delas como essência. Tento esquecer tudo o que aprendi e partir “despida” para a concepção de todos os meus sonhos e realidades. Não escrevo para ser elogiada, mas para “esvaziar” a alma. Quando acabo de escrever um texto sinto que já o “pari” e a partir daí deixa de ser meu. Deixa de ser “eu”. No entanto encontro sempre pessoas que já leram um deles em alguma ocasião e que acabam por adota-los para si.
Não faço nada para isto acontecer. É magia. Acredito nela, rodeio-me dela e sinto-a dentro de mim. Sei que todas as minhas respostas estão no que não se explica mas no que se sente. Vivo assim e gosto muito. Não penso muito sobre as coisas, estas acontecem e pronto. Não ambiciono ser famosa ou rica ou mesmo poderosa. Quero só poder continuar a viver desta calma, desta paz interior que me faz olhar sempre em frente e continuar a ser o que sou. E aqui estou eu, para o que der e vier…

Thalita Marinho
P.S.: Em comemoração a mais um dia 31 de outubro.

terça-feira, 31 de outubro de 2006


CONSTRUÇÕES DE PAPEL
Fiz um avião de papel
e ele voou.
Fiz um barco de papel
e ele navegou.
Fiz um coração de papel
e ele não bateu...

Thalita Marinho

sexta-feira, 27 de outubro de 2006

COMO NOSSOS PAIS
"Não quero lhe falar, meu grande amor
Das coisas que aprendi nos discos.
Quero lhe contar como eu vivi,
E tudo que aconteceu comigo..."


Época de eleição na minha infância era uma festa. Ai, que divertido era ver e decorar as músicas dos candidatos, pegar aquele monte de papéis com fotos e números para brincar de escolinha ou escritório... Como era legal ver meus pais, tios e avós discutindo sobre o passado e as metas de cada candidato, tão inflamados e cheios de razão, enquanto tentava entender o que eles diziam. Como era bacana entrar com meus pais na cabine de votação e participar, com eles, desse ato interessante e incompreensível aos olhos de uma criança. Meu pai, tão bonzinho, deixava que eu fizesse o "X" na cédula - no lugar que ele indicava, claro - e eu saía do colégio me sentindo importante. Provavelmente não sabia por quê, mas me sentia mais que importante; assim como minha mãe e meu pai, que tinham acabado de sair de um período de nulidade de direitos políticos e ali podiam votar em quem quisessem, do jeito que quisessem.

"Viver é melhor que sonhar.
Eu sei, o amor é uma coisa boa.
Mas também sei que qualquer canto é menor do que a vida
De qualquer pessoa."

Passou a ser mais sério e prazeroso participar das eleições na época da minha adolescência. Não demorou para que eu abraçasse a causa de um partido que me parecia ser mais do que justa. Participei das campanhas, entrei em grupos de discussão, ia ao comitê e comícios, ajudava a bolar estratégias de campanha, fazia boca de urna, comecei a ler os jornais com atenção, conheci gente apaixonada que me ensinou boa parte do que eu sei hoje. Gastei meu latim em discussões intermináveis sobre a verdade das pessoas e do universo, sobre a necessidade da justiça social e da participação democrática. Li livros e participei de conversas que talvez só deveria ter lido e ouvido depois, mas eu adorava me sentir participativa. E esperava ansiosamente pelo dia de poder votar para coroar tudo isso, concretizando os meus sonhos. Como toda adolescente, eu acreditava que ações bem intencionadas eram mágicas.

"Por isso, cuidado, meu bem:
Há perigo na esquina.
Eles venceram,
E o sinal está fechado pra nós, que somos jovens.
Para abraçar seu irmão e beijar sua menina na rua
É que se fez o seu braço, o seu lábio e a sua voz."

Quando fiz 16 anos, no dia seguinte fui ao cartório fazer meu título de eleitor que, eu acreditava, era também um título de cidadã, um comprovante da minha consciência e responsabilidade social. Lembro-me da primeira vez que votei. Eu estava feliz. Muito, muito, muito feliz. E desde então, dia de votar sempre foi um dia feliz. Um dia onde eu me sentia participante. Um dia de esperança. Um dia de voz. Um dia para sentir-me parte pensante e atuante de um corpo inteiro chamado sociedade. Mesmo quando tive que escolher entre o ruim e o pior em um segundo turno, eu me senti feliz em poder votar. Aquele gosto - talvez da infância, talvez da adolescência - acompanharam todos os meus dias de votação até hoje.

"Você me pergunta pela minha paixão,
Digo que estou encantada com uma nova invenção
Eu vou ficar nessa cidade, não vou voltar pro sertão
Pois vejo vir vindo no vento o cheiro da nova estação
Eu sei de tudo na ferida viva do meu coração"

O tempo passou, muita água correu debaixo da ponte; e não vou ficar falando aqui das minhas decepções e da minha inconformidade com a mentalidade política brasileira. Não vou ficar dando razões que todos conhecem para o meu desencanto, nem justificando ninguém. Toda essa sujeira não interessa nem para reclamar ou ficar me lamentando, mas sim parar e repensar. Apenas vou dizer que estava indiferente e, nos poucos momentos em que me envolvi, não consegui enxergar um horizonte, um bom motivo... Quase cheguei a dizer que são todos iguais, e essas bobagens que as pessoas falam todas as horas por aí. Quase repassei alguns das centenas de e-mails ignorantes que recebi ultimamente. E, até hoje de manhã, eu pensei que o próximo domingo, dia de votar, seria pela primeira vez, um dia triste. Mas mudei de idéia por causa do Belchior e da Elis.

"Já faz tempo, eu vi você na rua.
Cabelo ao vento, gente jovem reunida.
Na parede da memória
Essa lembrança é o quadro que dói mais.
Minha dor é perceber
Que apesar de termos feito tudo que fizemos,
Ainda somos os mesmos e vivemos
Como os nossos pais."

Foi a Elis quem soou no rádio cantando uma música composta quando meus pais ainda nem pensavam em me trazer ao mundo. Essa canção, que me fez chorar tantas vezes, hoje molhou meus olhos de novo. A canção fala sobre o tempo e a juventude, sobre a maturidade e a impotência, sobre ilusão e decepção, sobre ganhar e perder...sobre ter esperança no novo que ainda virá. E a voz assertiva da Elis bateu em mim, pra me fazer perceber que, embora as pessoas sejam tão previsíveis e as histórias - inclusive políticas - acabem praticamente do mesmo jeito, é importante que tentemos fazer a nossa parte. É importante não desistir. É importante ter a paixão de um jovem com cabelo ao vento na rua para poder chegar a ser um velho que lembra do passado com um tom saudosista e melancólico, mas agradável. É importante acreditar até para poder desacreditar. Há coisas que devem ser feitas. E é nosso papel fazê-las, sem fugir, sem reclamar... Apenas fazer.

"Nossos ídolos ainda são os mesmos
E as aparências não enganam, não.
Você diz que depois deles não apareceu mais ninguém..."

Sinto-me feliz por poder votar quando vejo, ouço e leio notícias de lugares onde a democracia não existe - sequer como farsa. Sinto-me feliz por ter o direito intransferível de votar, mesmo obrigada, quando milhares de pessoas no mundo sequer sonham em expor o que pensam e sentem através do voto. Sinto-me feliz por não ser obrigada a expor o meu voto publicamente, a não ser que eu queira, e por isso não ser vítima de abusos e coações. Sinto-me feliz por saber ler, por ter o mínimo de formação crítica, por ter aprendido um pouco sobre a teoria e a prática da política para garantir um mínimo de consciência com o meu voto. Sinto-me feliz por votar já não tendo tantas ilusões, por votar já sem heróis e sabendo que as pessoas são apenas pessoas - tão sujas e tão vulneráveis diante do poder - falíveis e humanas, mas ainda assim, pessoas. Sinto-me feliz por poder votar em respeito à luta de muita gente que brigou, morreu e fez o que pôde para que eu fosse livre para expressar minha opinião hoje, inclusive aqui, neste espaço, sem ser agredida ou desprezada por isso. Sinto-me feliz por poder votar e fazer parte da história do mundo. E, ouvindo Elis, eu pensei que a maior razão para que eu me sinta feliz em votar, é que ainda posso escolher. E quando há escolha... É porque há opção.

"Você pode até dizer que eu tô por fora,
Ou então que eu tô inventando.
Mas é você que ama o passado e que não vê,
É você que ama o passado e que não vê
Que o novo sempre vem."

Uma vez ouvi que nada volta atrás, pois a evolução é inerente ao tempo. Embora a passos muito lentos, a humanidade é melhor hoje do que ontem. É melhor este ano do que no ano passado. É melhor nessa época do que em outras épocas. Não se trata de ser otimista, mas sim realista. Sarney foi melhor que Figueiredo. Collor foi melhor que Sarney. FHC foi melhor que Collor. E Lula foi melhor que FHC. Provavelmente, depois de Lula virá um outro um pouco melhor, e assim vamos caminhando, em ciclos, com altos e baixos, mas sempre para frente. O passado não volta, embora o ser humano tenha uma tendência esquisita de achar que tudo antes era melhor do que é hoje. E o futuro? Bem, o futuro é uma incógnita. Tudo pode acontecer - até um operário moralizador virar ícone de corrupção e um ex-professor, sociólogo e exilado político acreditar no neoliberalismo. A diferença é que, cada vez mais, escolhemos às claras, com os olhos bem abertos. Ainda há muita sujeira por cima do que vemos. Mas já enxergo melhor do que enxergava dez anos atrás. E que bom que é assim. É positivo.

"Hoje eu sei que quem me deu a idéia de uma nova consciência e juventude,
Tá em casa, guardado por Deus, contando o vil metal."

A despeito da palhaçada, das cartas marcadas, dos escândalos, das decepções e da impunidade, como diria o Caetano, se o mundo é um lixo, EU NÃO SOU. E é por isso que eu escolho com cuidado meus candidatos, o mesmo cuidado que sempre tive (e agora até mais liberta do estigma da ideologia que eu achava que era minha). E, no domingo, eu vou votar feliz. Porque ninguém vai me fazer desistir de expressar minha vontade política. Nem mesmo os políticos.
Thalita Marinho


P.S.: Ah! Leia Frei Betto, o Inagaki e escute Elis. Quem sabe assim, se você estiver desanimado, ainda consiga compartilhar comigo dessa felicidade. Feliz eleição pra você.

quinta-feira, 26 de outubro de 2006


PRECISO DE ALGUÉM...


Que me olhe nos olhos quando falo.
Que ouça as minhas tristezas e neuroses com paciência.
E, ainda que não compreenda, respeite os meus sentimentos.

Preciso de alguém, que venha brigar ao meu lado sem precisar ser convocado;
alguém amigo o suficiente para dizer-me as verdades que não quero ouvir,
mesmo sabendo que posso odiá-lo por isso.
Nesse mundo de céticos, preciso de alguém que creia,
nessa coisa misteriosa, desacreditada, quase impossível: A AMIZADE.
Que teime em ser leal, simples e justo, que não vá embora se algum dia eu
perder o meu ouro e não for mais a sensação da festa.

Preciso de um amigo que receba com gratidão o meu auxílio, a minha mão estendida.
Mesmo que isto seja muito pouco para suas necessidades.
Preciso de um Amigo que também seja companheiro, nas farras e pescarias,
nas guerras e alegrias, e que no meio da tempestade, grite em coro comigo :
"NÓS AINDA VAMOS RIR MUITO DISSO TUDO " e ria muito.
Não pude escolher aqueles que me trouxeram ao mundo, mas posso escolher meu amigo.

E nessa busca empenho a minha própria alma, pois com uma amizade
verdadeira, a vida se torna mais simples, mais rica e mais bela .


(Cris Passinato)



P.S.: Esse texto circula já tem um tempo pela internet e sempre é atribuído a Charles Chaplin. Numa remexida que dei em minha pasta hoje eu o encontrei e descobri que na verdade é da autora acima. Espero que gostem, eu amo! Cheiro, Thalita.

segunda-feira, 23 de outubro de 2006


Preconceitos? Não, muito obrigada!


Esta minha geração tem de tudo. Já escrevi aqui algumas coisas negativas e algumas coisas positivas...Mas hoje, porque o tempo corre e amanhã tenho que retornar aos hábitos madrugadeiros, são poucas as questões que aqui deixo. Algo que pouco entendo é essa coisa do respeito da diferença. Todos temos a postura teórica de um politicamente correto que nos foi inserido e mostrado como uma aceitação de diferença. "Temos que aceitar os outros", dizemos. Mas quem nunca se pegou comentando sobre aquela moça que sai sem dar satisfações e sempre bem resolvida? Quem não gosta de ouvir uma piada sobre "negros", "gays" e tudo o que "é teoricamente diferente" do que é "aceite como normal"? Falar mal tem esta coisa de nos sentirmos cheios de graça, e de uma certa forma deixar parecer que os outros seres são inferiores a nós. Não interessa quem seja, desde que quem fale pareça ser superior (uma ova).
Tem certa graça, gozar, principalmente quando são alvos fáceis, de difícil aceitação social. Meus caros, pois me deixem contar-lhes um segredo...O NORMAL NÃO EXISTE. Podem perguntar a cientistas, a técnicos especializados ou registrar as minhas conversas com todas as pessoas que conheço. Ninguém está livre por ter cometido em toda a sua vida atos puramente aceitáveis pela sociedade e por si próprios. Algures, um dia, na infância, na adolescência ou já na vida adulta, todos enfrentamos isso de nos aceitarmos como indivíduos independentes e únicos. Porque não nos relacionamos, conscientemente, com ladrões ou com traficantes de droga? Porque despejamos gozações diversas nas loiras, nas pessoas de raça diferente e ainda por cima em pessoas que são mais felizes e naturais e por razões que só lhes dizem respeito vivem, namoram ou têm relações com pessoas do mesmo sexo? Serão as anedotas uma escapatória para demonstrar o nosso lado mesquinho e preconceituoso? Numa sociedade onde a originalidade e criatividade deveriam ser motivadas, como se consegue espaço na vida humana para falar mal de quem quer que seja ou do que for?
Para quem nunca sentiu na pele as conseqüências da má formação e do preconceito injusto não poderá explicar o sentimento de exclusão que se sente, de não identificação com tudo o que é humano e vivo. Porquê criar mais ninhos de exclusão? e porquê confundir a diferença racial, física ou sexual com a competência, credibilidade e bom aproveitamento que um indivíduo tem? Falo disto porque tive durante estes últimos tempos discussões com pessoas da minha idade e da minha geração (e não só da minha geração, claro) que não aceitam ver em cargos sociais pessoas que parecem ter tendências homossexuais. Para mim isto é simplesmente ridículo. Cargos sociais implicam fazer algo para a sociedade, e é isso que devemos realmente nos preocupar, no mal, no bem, no tirar e no dar...ou não? Interessa assim tanto com quem uma pessoa se deita? Será melhor ou pior pessoa por isso? Fará pior ou melhor?
Deixo aqui estas questões, cá tenho as minhas respostas, cada um que tenhas as suas, porque eu respeito isso. Somos seres diferentes, tão complexos como questionáveis, prontos a sermos folheados e a encontrar estas e tantas outras respostas por aqui. Quanto a mim, garanto-vos, que nunca encontrei alguém igual. No bom (que ainda acredito que tenha uma parte) e no mau. Mas as minhas diferenças, que sinto em relação a todas as pessoas que conheço que são a tantos e de variados níveis, fazem-me sorrir e dizer...SOU DIFERENTE SIM...muito obrigada.



Thalita Marinho

terça-feira, 17 de outubro de 2006


Suspirando...
Suspiro, dizem, é nome de flor, nome de loja, sobrenome de cavalo, nome de cidade, nome de ponte em Veneza, nome de brinquedo, de marcação musical e de uma pequena abertura que se faz em um recipiente pressionado por algum conteúdo interno que precisa escapar aos poucos, pra não fazer o tal recipiente explodir.
Suspiro também é o nome daquele doce super doce feito com clara de ovo, raspas de limão, açúcar, paciência, um fogo brando e muita sorte ou competência pra acertar o ponto. Todo branquinho! Ele é duro de morder, mas desmancha na boca como mágica. Colocam-no na tartele de morango, no sorvete, no bolo ou na torta de limão, pra acentuar o sabor desses pratos. É tão leve que você poderia jurar que não comeu... Não fosse o gosto forte e melado que fica na boca e gruda na garganta.
Suspiro também é aquilo que o doente faz no hospital um pouco antes de morrer, na última tentativa de respirar mais um pouquinho. Ou o que esse mesmo doente fez tantas vezes antes quando não agüentava mais de dor. Suspiro é o que aquela moça faz quando debruça na janela e fica com o olhar perdido no horizonte, com aqueles olhos de quem não está vendo nada, ou olhando através das coisas. Provavelmente porque ela sente que está quase morrendo de saudade de alguém.
Suspiro é o que a minha mãe - mulher forte, decidida e prática - faz antes de dormir. Desde pequena que ouço ela suspirar à noite, muitas vezes, muito alto, tão alto que chegava a me acordar. Antes me perguntava por que ela suspirava tanto. Hoje eu sei que é de cansaço...e de solidão. Às vezes ela suspira de dia também, quando está fazendo algo que a irrita ou cansa muito; geralmente, os suspiros diurnos da minha mãe são seguidos de um "ai" ou um som bem profundo, que parece que vem do fundo da alma. Mas nenhum é mais profundo do que aqueles que ouço vir do quarto dela quando ela se tranca lá, suspiros que ela deixa escapar e que intensificaram desde a morte do meu avô. Talvez sejam, apenas, suspiros de saudade...como o da moça da janela que deve ter saudade de alguém. Talvez seja só um suspiro triste, de quem acha que não pode mais suspirar de alegria de novo.
Suspiro é o que eu deixo fluir baixinho quando estou de saco muito cheio da meu trabalho, suspiro de raiva e insatisfação. Ou quando me pego entediada, sem muitas esperanças que algo bom venha a acontecer. Também é aquele som que sai de mim quando abraço alguém muito querido, que não vejo ou não abraço faz tempo, e sinto o perfume daquela pessoa causando uma verdadeira descarga de felicidade nas minhas células nervosas, seja essa pessoa um familiar, um amigo ou um querido muito querido mesmo.
Suspiro é aquela expressão de alívio que vem quando você espirra, goza, ou consegue ir ao banheiro quando está com muita vontade de fazer xixi. Tem gente que suspira porque está feliz, porque está triste, porque sente saudade, porque está insatisfeito, porque gosta de contemplar a vida, ou porque quer demonstrar o quanto admira algo muito bonito e hipnotizante como uma lua cheia de verão ou uma flor colorida e delicada.
O suspiro é aquele pedaço que estava bem no fundo, tão fundo, que você precisa respirar forte pra ir pegar lá dentro de você e trazer pra fora, porque senão aquilo começa a te sufocar por dentro. Suspiro é sentimento e sensação transformados em reação biológica. Suspiro é expressão pura e concreta de que algo acontece dentro de você. Quando você suspira, puxa o ar com vontade e depois solta com mais vontade ainda, como se aquele vento entrasse dentro de você pra fazer uma faxina em cada partícula dos seus pulmões, deixando tudo limpo depois. Nem sempre é bom suspirar. Mas é sempre necessário. E não há quem não suspire vez ou outra.
E apesar de existirem muitos tipos de suspiro, de muitos jeitos, para expressar muitas coisas... Eu posso afirmar com a certeza mais absoluta desse mundo que nenhum suspiro é mais gostoso, mais desejado nem mais digno de ser chamado de suspiro do que um suspiro de paixão. Aquele mesmo, que a gente faz quando olha no olho de uma pessoa e aquele olhar parece cair direto dentro do seu. Aquele que a gente deixa sair apressado quando a pele é tocada de leve por aquelas mãos que parecem desejar tanto o seu corpo, ou o que vem depois e lento no meio de um beijo quente, molhado e demorado. Suspiro apaixonado é aquele que vem antes de dormir, quando você tem certeza de que um certo alguém vai aparecer no seu sonho logo mais, ou aquele que chega quando você acorda sorrindo, e já pensa de novo naquela pessoa. Suspiro apaixonado é aquele que você dá depois de atender ansiosa o telefone e vê que é aquela pessoa que você estava esperando, porque é tão bom ouvir aquela voz e ela foi tão desejada nos seus períodos tristes de solidão. Suspiro apaixonado é aquele que vem quando você finalmente descansa nos braços de alguém especial, sentindo uma paz imensa - paz que logo é roubada por outros suspiros, porque não há paixão que rime com paz. Suspiro apaixonado vem na cola daquela música, das mãos dadas, do carinho e das bobagens que achamos tão bonitinha só porque é aquela pessoa que fez, e por aí vai. Quero ver quem me prova que existe suspiro melhor que suspiro de paixão. Existe não! Ai, ai...
Thalita Marinho
P.S.: Em homenagem a todos aqueles que, como eu, andam suspirando muito.

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

SOBRE ROMANCES...

Eis o que tenho aprendido sobre romances...


Um romance não precisa ser vistoso, cheiroso e efêmero como um buquê de flores. Nem precisa ser aventureiro, empolgante e rotativo, como um roteiro de viagens semanais. Não precisa ser doce como uma caixa de bombons, nem fofo como um bicho de pelúcia. Não precisa ter atestado de valor e durabilidade, como um colar de ouro. E nem precisa ser invejável e brilhante, como um vestido de noite. Não precisa ser tecnológico, nem inovador, nem mutante, nem forte, nem invejável. Aliás, um romance nem precisa parecer com um romance...se assim for melhor.
Um romance não precisa de atestado de garantia, não precisa de cegueiras, não precisa de misticismos e nem de virtudes especiais. Romance bom tem consciência, pé no chão e escolhas.
Para ter um romance, não é necessário ter dinheiro, beleza ou inteligência acima da média. Não é preciso ter discussões intelectuais, nem racionalizações de nenhum tipo. Não é preciso ter afinidade total, nem arrebatamento total, nem paixão total, nem cumplicidade total. O romance nunca é feito de totalidade, Porque é feito de duas partes que vão se unindo, combinando e descombinando...aos poucos.
As matérias-primas do romance não são sonhos mirabolantes, não são idéias cozinhadas em banho-maria no caldo da ilusão, não são pré-conceitos travestidos em imagens estranhas e impossíveis.
O romance está no meio dos problemas, nos pequenos gestos, nos olhares inesperados, nas palavras e nos silêncios, nas bobagens, no cotidiano, no arroz com feijão de todo dia, no telefonema corriqueiro, no sofá de casa, na certeza do colo no final da tarde, nos ganhos inesperados e nas frustrações, nas concessões e nas obviedades, nas dificuldades e na convivência, no trivial e no especial.
Um romance é feito somente, e tão somente de duas pessoas. Duas pessoas com passado, mas sem amarras. Duas pessoas com paixão, mas sem escravizações. Duas pessoas que se gostam, mas se respeitam. Duas pessoas que se desejam, mas não se esgotam.
O romance está no coração que bate forte...e tranqüilo.
O romance bom, mas bom de verdade mesmo, não rouba a sua vida. Mas a pega emprestada e devolve, todos os dias, transformada...e melhor.

Thalita Marinho

P.S.: Esse texto, fiz para satisfazer um pouco meu coração que de tão intenso não vive sem romance.


sexta-feira, 28 de julho de 2006

Passado algum tempo...

Não deixes que eu desapareça da tua vida,
antes de precisares de mim.
Não deixes que eu vá embora,
sem antes saberes quem sou
e quais são os meus sonhos.
Quem sabe não são os mesmos sonhos que os teus?
Quem sabe?

Não me percas de vista nunca.
Pode ser que um dia
tu tenhas vontade de me ver.
Thalita Marinho
P.S.: Para quem tem me inspirado. Sim, é o mesmo dos textos anteriores!

Escrevo enquanto chove lá fora!
Nem sempre faz sol,
nem sempre chove,
nem sempre choramos quando precisamos,
nem sempre rimos quando queremos.
Mas podemos sempre contar uma história...

Autor Desconhecido


terça-feira, 25 de julho de 2006



PRECIPÍCIO
Temos um precipício a separar-nos as vidas.
De um lado eu grito por ti,
do outro sussurras algo que não entendo.
Por vezes soa-me a QUERO-TE,
outras soa-me a ESQUECE-ME...
Podia tentar saltar para o outro lado,
mas tenho medo.
Não é medo de cair...
A queda que se dane!
É medo de ouvir o que realmente tens para me dizer...
Thalita Marinho
P.S.: Sim, esse texto é para a mesma pessoa do texto abaixo. Assim como tantos outros que por aqui estão espalhados... :(

Como consegues deixar que a estupidez às vezes te domine? Tens a noção do quanto as tuas palavras por vezes magoam? Não, não tens. Mas um dia vais ter e vais ver o quão partido o meu coração se encontra... Tão partido que durante a noite grita e não me deixa adormecer. Grita porque está partido. Grita porque é burro. Grita porque ainda acredita em ti e porque ainda tem esperança.
Ontem à noite disseste-me coisas horriveis com a 'maldade' que só tu consegues ter nesses momentos, mostrando-te indiferente ao que eu sinto. E sabendo que o fazias continuaste a maltratar, embora eu tenha tentado manter o silêncio e pedir para que parasse. Por vezes prefiro ficar em silêncio. É a minha fuga. Mas no silêncio ecoam sempre as tuas palavras.
Hoje vou continuar escondida no silêncio. Não vou te dizer nada. Não vou te mandar mensagens. Não vou te incomodar. É a sensação que me dás, que te incomodo. Espero que te divirtas, sem mim... E se puderes, sente um bocadinho a minha falta, por favor.


Thalita Marinho
P.S.: Texto escrito no dia 24 de julho de 2006, às 23:48h, ao lembrar de uma certa conversa de esclarecimento de fatos 'esquecidos' no domingo...
À uma pessoa que está longe, mas que tem tanto medo quanto eu do que sente e que as vezes parece só ter como defesa me maltratar.

quinta-feira, 20 de julho de 2006


AO PEQUENO

Nem parece, mas já tem um ano. Como passa o tempo... Lembro como se fosse hoje quando o Roberto veio conversar comigo todo desconfiado para dizer que uma ex-namorada estava grávida dele. Sabe quando a conversa fica suspensa no ar, foi assim que a nossa ficou. A maior preocupação não era nem com o fato da notícia em sim, mas sim como reagiria a atual namorada dele.
Passado todos os sustos e surpresas, eu acompanhava a distância, e através das notícias que ele me dava, toda a gestação. Nossa, precisavam ter visto a alegria dele quando soube que seria um menino e logo escolheu o nome, chamaria EDUARDO. Ele tratou logo de apelidá-lo de PEQUENO. Era assim que também me referia, e refiro até hoje, quando falamos dele. Às vezes eu achava que ele num tava nem aí com gravidez, mas ele tem essa mania esquisita de esconder o que sente e estava sim muito feliz. Quem não ficaria?!
Engraçado foi no dia em que ele nasceu. Eu tava inda pra faculdade fazer minha matrícula, e durante a viagem o telefone fica com o sinal fraco, de repente o telefone dispara com o sinal de uma nova mensagem. Quando abri era do Roberto avisando que o Pequeno tinha acabado de nascer. Liguei e ele tava radiante...
Essa semana, dia 18 de julho para ser mais exata, o Pequeno Eduardo fez um ano. Hoje tenho acompanhado seu crescimento através de fotos e das notícias que o pai, cada vez mais babão, me dá. Ele está cada dia mais lindo. Uma das crianças mais lindas que eu já vi. Uma criança que mesmo à distância e sem nunca ter visto pessoalmente, eu tenho um carinho fora do comum. Pensei que poderia lhe dar um ‘cheiro’ no seu primeiro aniversário, mas algumas mudanças de planos me fizeram cancelar a viagem e deixar o convite para comemorar com ele para um outro momento. Mas não tem nada não, sei que muitas ocasiões virão para que eu possa estar perto desta criaturinha linda, que mesmo sem saber, eu amo demais. E rezo pedindo toda proteção do Divino para ele. Deixo aqui em minhas palavras então, uma homenagem, ao pai e filho, pela comemoração do seu primeiro ano de vida. Primeiro ano de muitos!

Thalita Marinho


P.S.: A foto postada, não é do Roberto e do Pequeno, mas resolvi colocar devido a semelhança com ambos.

quinta-feira, 6 de julho de 2006

VÍCIOS DA ALMA (5)


DECEPÇÃO. [Do lat. deceptione.] S.f. 1. Malogro de uma esperança; desilusão; desengano; desapontamento. 2. Surpresa desagradável; desapontamento. 3. Contrariedade, desgosto: Você só me dá decepções. ... (Dicionário Aurélio)
Decepção...vem principalmente quando não espero ou quero! Tá tudo bem! Vai ver que é assim pra todo mundo. Sentimento ruim esse, vem sempre quando estamos distraídos ou mesmo muito empolgados a espera de algo grandioso. Tenho me decepcionado com muita facilidade, com as coisas, com os sentimentos, com as pessoas... Eu confio demais, acredito demais, espero demais e quando as coisas não saem como eu espero a decepção vem fácil. Gostaria que não fosse assim! Mas sei que não são as pessoas que precisam mudar, na verdade sou eu. Talvez se eu deixar de ser mais otimista em relação a tudo ajude.
Nos últimos meses me decepcionei com quase tudo, com a política, com a profissão, com a faculdade, como o movimento estudantil, com algumas amizades, com meu coração e, agora recentemente, até com a seleção canarinha. A pátria de chuteiras? Não! Talvez chuteiras, sem pátria. Por quase um mês todos nós esquecemos a roubalheira da política, a eficiência e terror do PCC, as altas taxas de juros, os inúmeros impostos...todo mundo vestido de Brasil. Até que, em 90 minutos, veio a decepção total. Paramos todos, mais de 180 milhões de brasileiros, perplexos diante de televisores, muitos desses comprados em várias prestações só para ver a copa, o quadrado mágico...magia de araque. Quem sabe daqui a alguns dias o Mister M não aparece no Fantástico mostrando como fomos iludidos pelo quadrado mágico? E porque será que precisamos da copa para lembrarmos que somos brasileiros? Porque não reagimos aos desmandos de nossa política da mesma forma que reagimos com a eliminação por 1x0 na copa do mundo.
Devíamos reagir, como fizemos nos aeroportos do Rio e São Paulo, como fizemos na saída dos jogadores e comissão técnica na Alemanha. Devíamos nos vestir de Brasil e irmos todos, de braços dados, para a porta do congresso nacional, para a rampa do Planalto, para as sedes das administrações estaduais e municipais. Vamos lá dizer que não estamos gostando dessa política ‘comprada’, que assim como no futebol vem de maneira apática. Eles estão com os milhões nos bolsos, dando festas como se nada tivesse acontecido, num altar onde nós os colocamos como semi-deuses. A copa terminou, as eleições são daqui a 3 meses e nós vamos participar, acreditar e nos acomodar. Quanta decepção estampada nação. Mas tem nada não. Prometemos que agora tudo vai ser diferente, mas daqui a 4 anos a maioria de nós vai estar vestido de Brasil torcendo por mais uma seleção brasileira estrangeira, é, porque a nossa pátria de chuteira vive em outra nação, nem sabe mais o que é feijão e recebe seus salários em euros.
Bem, não sei vocês mas eu já me decidi. Na próxima eleição eu voto nulo e agora só torço pra França. Au revoir!

Thalita Marinho
continua...

terça-feira, 6 de junho de 2006

HOMEM VOADOR

Corre, corre, corre,
preciso de mais espaço
Há vento lá fora
espelho d’água me refresca a mente
espírito leve levita e se larga de mim
perfil ousado se joga da varanda ao mundo e voa
voa......
por cima dos prédios
das ladeiras de paralelepípedos
de cima dos prédios tortos
de janelas retorcidas
na noite escura calada nervosa e calma
no fone estéreo uma canção do pequeno Gonzaga
o espírito voa mais
sobe pegando uma térmica
e observa tudo lá de cima
um lago em forma de coração
aves voando em formação
para onde vão?
desafiam a ciência
Cristo abençoa a cidade
lá embaixo
é certeza do desconhecido...
...
incansável e descontente o espírito mira o céu
estrelas na escuridão
quantas quanto elas são
escuridão
luz
então percebe-se a grandiosidade do universo
...
um pensamento uma idéia uma jogada
cada atitude pode por si só
influenciar comover libertar machucar
atitudes impensadas instintivas desconhecidas
podem definitivamente mudar o mundo pra sempre

bjs,
Rodrigo
*


*RODRIGO NETTO, 29 anos, gutarrista da banda Detonautas Roque Clube, assassinado no Rio de Janeiro - RJ no dia 04 de junho de 2006, no meio da rua quando parava para buscar o irmão num ponto de ônibus. Ao seu lado no carro estava sua vó... Rodrigo é mais um cidadão que é vítima dessa violência urbana, dessa guerra branca que vivemos nas garndes cidades do Brasil. Até quando?

Na foto: Rodrigo da sacada de seu apartamento no Rio de Janeiro (ao fundo, a Lagoa Rodrigo de Freitas e o Cristo). O texto é de Rodrigo Netto.

sexta-feira, 7 de abril de 2006


A MÁQUINA
O AMOR É O COMBUSTÍVEL

No começo é tudo muito comum. Uma Cidade pequena, perdida no meio do nada, entre qualquer lugar e lugar nenhum. Tem a solteirona fogosa que é também a fofoqueira, tem a amiga invejosa, o marido traído, tem o rapaz metido a galã, gente que quer partir, gente que quer ficar, gente que tem esperança...e como não poderia deixar de ser, tem o mocinho e a mocinha.
Tem um amor que é negado lutando contra um amor declarado, puro, intenso, direto, verdadeiro. O desejo de ganhar o mundo, o direito de desejar mais, o medo de não saber o que tem e o que se pode encontrar do outro lado da linha que chamam horizonte. A vontade de amar negada pelo desejo de querer mais. A promessa feita na esperança de não se perder o amor: “É O MUNDO QUE VOCÊ QUER? ENTÃO EU VOU TRAZER O MUNDO PARA VOCÊ.” Começa então a saga...
O que levar do mundo? Como levar o mundo a quem se ama? Ainda mais sendo esse mundo tão torto, precisando de conserto e reparo por todos os lados. Vixe que é coisa demais! E tudo pra agradar um amor. O amor de uma menina. O amor de Karina! E num é que Antônio sai atrás desse tal de mundo que ele nem sabe se existe, nem sabe se é de verdade. Esse mundo em que tudo acontece e tem até pepsi twist light!
Eita amor arretado esse de Antônio! Um amor de filme, de livro, de teatro! Um amor que faz Antônio enfrentar uma máquina com mais de 700 lâminas em sua direção, viagem no tempo, ida ao futuro, volta ao passado... E tudo para satisfazer o capricho de Karina, que insiste em querer o mundo. E seu amado cumpre a promessa e no meio de tanta confusão ele lhe dar muito mais que o mundo.


- Essa é a história de A Máquina, filme de João Falcão baseado no livro de Adriana Falcão. Se você não viu a peça, leia o livro, vá ao cinema. Apaixone-se pela história da menina que queria o mundo e do menino que só queria o amor da menina.

"E SE MINHA PALAVRA É GARANTIA POUCA, EU DOU MINHA VIDA"

Thalita Marinho

quinta-feira, 6 de abril de 2006

VÍCIOS DA ALMA (4)


CURIOSIDADE. [Do lat. curiositate.] S.f. 1. Qualidade ou caráter daquele ou daquilo que é curioso. 2. Desejo de ver, saber, informar-se, desvendar, alcançar etc.; interesse: A matéria deste jornal satisfaz a curiosidade dos leitores. 3. Desejo de aprender, conhecer, investigar determinados assuntos; interesse: Quem, por curiosidade, quiser conhecer a Campanha de Canudos, deve ler Os Sertões, de Euclides da Cunha. 4. Desejo irreprimível de conhecer os segredos, os negócios alheios; bisbilhotice, indiscrição: A curiosidade perdeu as mulheres do Barba-Azul. 5. Informação que revela algo desconhecido e interessante: Seu livro está cheio de curiosidades folclóricas. 6. Tendência de amador a procurar coisas raras, originais. 7. Objeto raro e/ ou interessante; raridade... (Dicionário Aurélio)


Curiosidade...eita vício danado esse! Não há quem diga que nunca sentiu curiosidade. Pode ser curiosidade pra conhecer um novo espaço de entretenimento, um novo curso, um artigo de jornal, um site na internet, uma música…enfim, são tantas as possibilidades. Talvez a mais comum de todas é a curiosidade pela vida alheia. Que atire a primeira pedra quem nunca bisbilhotou a vida de um outro alguém. Movidos pelo desejo incontrolável de saber um pouco mais sobre aquela pessoa que paqueramos, ou, porque não, a vida de quem paquera a pessoa que paqueramos. Pode ser para saber daquela pessoa que era nossa amiga e que por desventura do destino não é mais. Bisbilhotamos a vida de vizinhos, ou vai dizer que você nunca se espichou no muro ou na varanda para saber o que se passa? EU SOU CURIOSA! Mas não tenho essa curiosidade de ficar bisbilhotando a vida dos outros. Tá, tudo bem! Em tempos de internet, msn, orkut, blogs, flogs, big brothers e afins não tem como você não querer dar uma “espiadinha” na vida do outro. Mas não sou e não gosto da curiosidade invasiva! A minha curiosidade tem limites e o limite é quando começa a privacidade e individualidade do outro. Não gosto de me sentir espionada. E vc é curioso? Não! E o que tá fazendo aqui lendo o meu blog? rs.

continua...

terça-feira, 4 de abril de 2006

Nada nem ninguém pode deter as asas leves dos nossos pensamentos, que alcançam alturas inimagináveis, onde quer que o nosso objeto de adoração esteja!

Confesso que não gosto muito de Daniela Mercury, mas devo admitir que adoro essa interpretação que ela deu para "Pensar em você" de Chico Cesar! Não gosto de Daniela, nem sei o porquê, mas essa música, ela soube cantar tão sutilmente, com tanto sentimento, de um jeito que não tem como passar despercebido. A música te toca ( pelo menos a mim!) e não tem como não encantar. Ela também reflete o meu momento mais que atual.
PENSAR EM VOCÊ
(Chico César)
É só pensar em você que muda o dia
Minha alegria dá pra ver
Não dá pra esconder, nem quero pensar
se é certo querer o que vou lhe dizer
Um beijo seu e eu vou só pensar em você
É só pensar em você que muda o dia
Minha alegria dá pra ver
Não dá pra esconder, nem quero pensar
se é certo querer o que vou lhe dizer
Um beijo seu e eu vou só pensar em você
Se a chuva cai e o sol não sai,
penso em você
Vontade de viver mais em paz com o mundo
e comigo
Se a chuva cai e o sol não sai,
penso em você
Vontade de viver mais em paz com o mundo
e consigo