quinta-feira, 27 de março de 2008

Um novo ciclo...

Gosto do Outono... Gosto dos dias menos quentes, das tardes amenas, do cheiro da terra molhada pelas primeiras chuvas e, sobretudo, gosto das cambiantes de cor. Os tons laranjas, dourados, verde seco, castanhos. Aquecem-me a alma.
O Outono tem para mim uma simbologia especial. Representa o começar de um novo ciclo. É o início de uma nova etapa de vida. Todos os anos, nesta época, faço imensos planos, estabeleço metas, e imagino-me a concretizar alguns desejos, alguns sonhos. Já concretizei alguns, outros não! No ano seguinte, volto a desejar, e a sonhar com as mesmas coisas, aquelas que não concretizei.
Este ano, o Outono está atípico. Mais quente do que seria suposto, ainda não cheira a terra molhada, não há dourados, laranjas, nem tardes amenas. Mas talvez por ser um Outono fora do comum, sinto que algo de especial, me aconteceu. Sei que um novo ciclo muito importante na minha vida está a começar. Talvez algo com que tenho sonhado muito, esteja finalmente a concretizar-se.
Sei que vai ser o Outono da minha vida!



Thalita Marinho

quarta-feira, 5 de março de 2008


Persegui um sonho.
Dia após dia, noite após noite, durante muito tempo.
Cansei-me, desesperei, pensei mesmo em desistir.
Algo me disse para não o fazer...
Enchi-me de coragem, e continuei no seu encalço.
Hoje, pela manhã...caiu-me no colo!
Thalita Marinho
P.S.: Texto escrito em 26 de fevereiro de 2008. O recomeço! Te amo, muito...
Vícios da Alma (15)



EXPECTATIVA. [Do lat. exspectatu, ‘esperado’, + -iva.] S.f. Esperança fundada em supostos direitos, probabilidades ou promessas: Vive na expectativa da herança; Perdeu a eleição, contra todas as expectativas. [Var.: expetativa; sin.: expectação.] ... Dicionário Aurélio.
Coisa fantástica, a EXPECTATIVA! Acreditamos em qualquer coisa, e durante o tempo em que acreditamos tudo à nossa volta parece mais positivo. As flores parecem ter um brilho renovado, o Sol encandeia-nos a tendência para o desespero, cala-se o grito mudo da revolta, sossega a nossa impaciência. Aprendemos a esperar, e com a tenacidade de antes, aquela tenacidade de quando nos insurgíamos contra tudo e contra todos, ousamos crer, esperar, confiar. Sentimos, lá no fundo, que há o risco de as nossas expectativas saírem defraudadas. Que há o perigo, sempre inerente, de não ser justificada a confiança que depositamos em pessoas desconhecidas, ou em meros conhecidos de circunstância. Algumas palavras trocadas, alguns meses perdidos numa esperança tênue e difusa de que a vida finalmente mudará. Mas não muda! Não assim, desse modo quase fácil, ainda que exigente e cansativo. Apesar da entrega, da dedicação, da esperança e do tanto que aprendemos enquanto dura a experiência. A confiança é um exercício difícil, e a esperança assume-se de modo cada vez mais claro como uma miragem. Aprendemos a esperar. Conformamo-nos com o tempo de espera. Perdemos a revolta, que dá lugar ao apagado sentimento do “não vale a pena” ou do “nunca sairei disto”. Quando a expectativa se vai, e se vê frustrada a vontade de prosseguir, eis a morte do projeto. Morre a sombra do sucesso que durante meses viveu pousada nos nossos ombros. A expectativa dá lugar a uma renovada sensação de derrota. Valeu a pena o tempo perdido? Terá valido a pena as noites quase em claro, as manhãs em busca de um futuro risonho, que teima em fugir de nós? Aprendemos com a experiência? Não sei. Hoje apenas sei que isto era o que mais temia, e que no entanto enfrentei com a garra de quem se prende ao desejo de mudar, de caminhar, de construir um futuro. A expectativa, outrora feliz, jaz aos meus pés, moribunda. Talvez pense em levantar-me, em tentar de novo. Talvez insista no acreditar tantas vezes desperdiçado. Talvez fique aqui, talvez ande por aí. Morta a expectativa, tão cruel a surpresa, resta-me reaprender a caminhar…
Thalita Marinho