sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

VÍCIOS DA ALMA (14)





MUDAR. [Do lat. mutare.] V.t.d. 1. Por em outro; dispor de outro modo; remover, deslocar: Mudou o armário, e a sala pareceu maior. 2. Dar outra direção a; desviar: mudar uma rota, um itinerário. 3. Tirar para por outro; substituir: Mudou a fechadura da porta arrombada. 4. Transferir para outro local: Em 1960 o governo brasileiro mudou a capital federal. 5. Alterar, modificar: Com a República, 1889, o Brasil mudou sua forma de governo; “A Medicina mudou a face do mundo.” (Deolindo Couto, Vultos e Idéias, p. 48) 6. Trocar, cambiar, variar: Mudou o nome como atriz, adotando um pseudônimo estrangeiro; “Mudando andei costume terra estado, / por ver se se mudava a sorte dura” (Luís de Camões, Rimas, p. 155). 7. Fazer apresentar-se sob outro aspecto: A longa convivência com o missionário mudou a sua visão do mundo. T. d. e i. 8. Pôr (em outro lugar); remover. 9. Transformar, converter: Há comportamentos que mudam o brio em desonra. T. i. 10. Deixar (uma coisa por outra): mudar de nome; mudar de conversa. Bit. i. 11. Sofrer alteração, modificação: Mudou de afável em macambúzio. Int. 12. Ir habitar ou estacionar em outro ponto; transferir-se para outra casa ou local. 13. Tornar-se diferente do que era, física ou moralmente; alterar-se. P. 14. Deixar o lugar onde vivia; transferir a sua residência (para outra terra, outra casa, etc.). 15. Transformar-se, converter-se, transmudar-se, transmutar-se: “Mudando andei costume, terra e estado, / por ver se se mudava a sorte dura” (Luís de Camões, Rimas, p. 155); “Mudava-se a brancura em áspera energia” (Eugênio de Castro, Obras Poéticas, VI, p. 51); “Muda-se o claro dia em noite escura” (Ronald de Carvalho, Poemas e Sonetos, p. 136). 16. Passar, fugir, desaparecer. ... Dicionário Aurélio.


Mudar...deixar-se mudar! E como diria a boa e velha tia Rita (Lee): “UM BELO DIA RESOLVI MUDAR...” Afinal de contas o mundo gira e com ele giramos todos, se nele estamos inseridos, normal não seria se não girássemos também.
Os ciclos da vida iniciam-se e terminam geralmente da mesma forma, raras são as exceções a esta condição a que estamos pré-destinados, seja lá o que isso for, acredite ou não, eu, nisso.
O certo é que nada ao nosso redor estagna, nem a rua onde moramos, a nossa casa, os lugares por onde passamos, os locais onde crescemos, nem as pessoas com quem nos damos, nem os nossos sentimentos, nem nós próprios, apenas nas nossas memórias tudo é igual, porém sujeito às alterações dos nossos inerentes olhos.
Se tudo muda até que ponto nós não somos implicitamente obrigados a mudar também? Então resolvi mudar... Comecei pelas mudanças físicas e visíveis. Mudei o corte de cabelo, emagreci 17 kg, fiz uma nova tatuagem que simboliza bem essa mudança. Respirei fundo e segui com as mudanças. Mudei algumas amizades, na verdade as extingui mesmo. Certas atitudes, comportamentos. Quero dar mais atenção as palavras e àquilo que escrevo no meu dia-a-dia. Quero que as pessoas me leiam, que me vejam de verdade. Quero escrever de verdade sem ter de me preocupar com mais. E para isso mudei. Acabaram-se as distrações. Aqui começo uma nova jornada até chegar o dia em que mude outra vez.
Aprendi, observando atenta, que as mudanças estão presentes em tudo o que nos rodeia, desde o mais ínfimo pormenor do nosso corpo até ao mundo em que vivemos.
Enfrentar a mudança não é tarefa fácil, principalmente para os espíritos mais acomodados que se sujeitam a viver mal ao invés de denunciarem as situações que os apoquentam, ao invés de procurarem soluções para uma vida de paz ou simplesmente pegar na sua vidinha medíocre e procurar melhorar. O medo é o grande aliado destas situações, inimigo declarado da mudança, o dito, assume o papel de grande “empecilho”, entrave, ou como lhe queira chamar, a algo que não nos pede opinião e que quanto mais depressa aceitarmos e nos abrirmos para ele mais dócil será a nossa vida.
Se tudo em nosso redor muda, não obstante ao nosso próprio corpo fazer parte desse ritual obrigatório, até que ponto a nossa alma não muda também? Mudamos ao conhecermos novas coisas, ao andarmos em frente, ao vermos o que nos rodeia mudar, mas até que ponto isso afeta a nossa essência? Será que mudamos? Será que nos deixamos mudar?
Bob Dylan dizia, poeticamente, duas coisas em uma canção: que os tempos estavam mudando e que a mudança é da natureza dos tempos.
Tem um outro texto, de Edson Marques e que serviu de base para um maravilhoso comercial da Fiat, que dizia que é preciso mudar porque a vida é uma só.
“Você certamente conhecerá coisas melhores e coisas piores, mas não é isso o que importa. O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia”, dizia Marques.
Estou começando devagar algumas mudanças, umas de ordem pessoal, outras mais claras a todos. E a mais visível a mudança que está em mim.
As outras mudanças, aos poucos, vão acontecer.
Pois é... As coisas mudam. As situações mudam. A pessoa muda. Mudei!


Thalita Marinho



P.S.:


“[...]
Experimente coisas novas.
Troque novamente.
Mude, de novo.
Experimente outra vez.
[...]
Só o que está morto não muda!
Repito por pura alegria de viver:
A salvação é pelo risco, sem o qual a vida não vale a pena!”

(Edson Marques)
Com alguns dias de atraso e quase totalmente recuperada da ressaca...FELIZ ANO NOVO À TODOS! E podem ficar certos que se o ano de 2008 seguir do jeito que começou para mim, teremos um ano espetacular.
Thalita Marinho