quinta-feira, 2 de novembro de 2006

Mãos...




Tropecei em um poema num blog que muito aprecio assinado por um “neo-liberalista” que gostei. Tanto, que o transcrevo, dando-me o gosto de o recordar. Não pelas características ditas atrás sobre o citador, distantes das minhas, mas porque o autor o merece, por ser uma pessoa a quem muito estimo. Assim, por razões duplicadas, confluentes na largueza do gostar amplo e sem donos, aqui vai o poema transcrito:




Com mãos se faz a paz se faz a guerra.
Com mãos tudo se faz e se desfaz.
Com mãos se faz o poema – e são de terra.
Com mãos se faz a guerra – e são a paz.
Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.
Não são de pedras estas casas, mas
de mãos. E estão no fruto e na palavra
as mãos que são o canto e são as armas.
E cravam-se no Tempo como farpas
as mãos que vêm nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.
De mãos é cada flor cada cidade.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade.

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