quarta-feira, 1 de novembro de 2006


COISAS DE BRUXA

Eu nasci com este dom! Nunca fiz nada para ser assim. Consigo sempre ver nas coisas e nas pessoas algo mais do que coisas e do que pessoas. É fácil para eu responder-lhes e “brincar” com as suas energias. Se isso é ser “bruxa” então sou bruxa pronto! E não, não existe bruxa feia, velha, corcunda, com verruga no nariz e que faz maldades...até porque essa é invenção de Walt Disney e da igreja na inquisição.
Dou risada disso, acho engraçada a maneira como me vêem. Olho-os e lá está a cor mágica que os define.Ninguém entende a vida que levo. Acham-me no mínimo estranha, apenas rio. Sou apenas, uma mera mortal que quer ser feliz. Mas a minha felicidade vem sempre por acréscimo da felicidade que tento “plantar” nos outros. Vê-los sorrir é o meu alimento.
Gosto de falar com as plantas e com os animais, e por mais estranho que seja, eles dão-me algumas das respostas que preciso para continuar a sorrir (às vezes mais do que as pessoas). E tenho também as minhas asas, acompanham-me sempre, em todas as horas da minha vida. E todo o mistério das coisas está nelas e no poder “voar”...
Engraçado como pouca gente ainda o descobriu. Também sorrio a isso, segundo dizem é um sorriso enigmático e misterioso. Garanto-vos que nada tenho de “Gioconda”. Volto a rir... O meu sorriso tem todo o tamanho do meu coração. E desejo-o partilhar e doar ao mundo. Talvez seja assim que desejo ser recordada um dia quando partir: como uma enorme boca a sorrir.
Depois tenho as palavras. “Reproduzo-me” através delas como essência. Tento esquecer tudo o que aprendi e partir “despida” para a concepção de todos os meus sonhos e realidades. Não escrevo para ser elogiada, mas para “esvaziar” a alma. Quando acabo de escrever um texto sinto que já o “pari” e a partir daí deixa de ser meu. Deixa de ser “eu”. No entanto encontro sempre pessoas que já leram um deles em alguma ocasião e que acabam por adota-los para si.
Não faço nada para isto acontecer. É magia. Acredito nela, rodeio-me dela e sinto-a dentro de mim. Sei que todas as minhas respostas estão no que não se explica mas no que se sente. Vivo assim e gosto muito. Não penso muito sobre as coisas, estas acontecem e pronto. Não ambiciono ser famosa ou rica ou mesmo poderosa. Quero só poder continuar a viver desta calma, desta paz interior que me faz olhar sempre em frente e continuar a ser o que sou. E aqui estou eu, para o que der e vier…

Thalita Marinho
P.S.: Em comemoração a mais um dia 31 de outubro.

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