sexta-feira, 27 de março de 2009

Para Roberto, porque esse texto é só dele.





Roberto,

Lá se vão 3 dias que sento diante do computador e tento escrever um texto pra ti. Um novo texto na verdade, já que, desde que criei este blog em meados de 2005, boa parte dos textos que estão aqui são ou te dizem respeito. Sempre foi tão fácil falar de você, falar pra você em meus textos... Lembro de cada texto que escrevi e aqui publiquei. E fazia tempo que eu não sentia tanta dificuldade assim em escrever como estou sentido agora. Lembro-me da primeira vez que escrevi um texto para ti... O
texto que publique falando de como tinha te conhecido e de como te via, a importância que tinha pra mim naquele momento... Tanto tempo passou que nem nos demos conta e por vezes agimos e nos comportamos como se ainda estivéssemos em outubro de 2004. Para ser mais exata, a quinta-feira de 21 de outubro de 2004, dia em que nos conhecemos, por volta das 16h. Na ocasião eu acabara de levar o primeiro pé na bunda de Marcelo (tive a façanha de repetir a cena do pé na bunda com o mesmo Marcelo algumas vezes depois, mas o texto não é sobre ele) e você apareceu só sorrisos e gentilezas. Com uma conversa de derrubar avião. E eu caí...! Sentimentalmente fragilizada, logo decidi não embarcar na conversa que ganhou rumos e personagens inesperados, mas que também não serão mencionados neste texto. Não sei ainda, não decidi se quero escrever sobre você ou se é sobre mim. Acho que no fundo é sobre nós estarmos aqui, ao longo desses 05 anos.
Lembro de cada briga tua com aquela que, por favor, não se deve pronunciar o nome. E de como eu tentava feito louca fazer a reconciliação de vocês dois. Lembra de uma das brigas em que ela me ligou aos prantos dizendo que sairia de carro e eu te liguei desesperada dizendo que achava que ela faria uma loucura? Minha gente, o que era aquilo? Lembro que pouco tempo depois, eu e Marcelo voltamos e lá estava eu toda contente te apresentando ele pelo MSN e a gente combinando de fazer um casamento coletivo ou ao menos estarmos presentes no casamento um do outro. E como esquecer quando me ligou pela primeira vez para me contar que seria pai? Lembro do tom de perplexidade da tua voz e a sensação de impotência sem saber como contaria a figura antes citada e não pronunciada que seria pai e ela não era a mãe. Foi quase o início da 3ª grande guerra mundial e eu no meio para juntar os corpos se fosse preciso. Sem contar o quão fiquei feliz, parecia que o filho era meu. Acompanhei passo a passo da gravidez! Não cabias em ti quando Eduardo nasceu. Eu lembro que estava chegando à faculdade para renovar a matrícula, em 18 de julho de 2005, por volta das 12h da tarde quando recebi tua ligação e eufórico do outro lado da linha me dizias que teu filho nascera e era lindo como o pai. Eu do lado de cá chorava...de alegria!
De repente as coisas vão me chegando como um flash, mas tudo é tão vivo na minha mente... É tanta coisa que um dia o livro sai. Vai ter que sair!
No Natal de 2005, eu tinha acabado de ter uma discussão com minha mãe e chorava trancada no quarto quando chegou uma mensagem tua, que dizia assim: FELIZ NATAL COISA HORRÍVEL! – Eu chorava e ria ao mesmo tempo. A tristeza tinha se dissipado só por conta de uma mensagem tua. E foi assim, de pouquinho foste ganhando um espaço e uma importância na minha vida que ao mesmo tempo que eu me assustava, me enchia de felicidade.
Sabe Roberto, as nossas diferenças são gritantes, mas as nossas afinidades impressionam. Não entendo como duas pessoas se conhecem tanto a ponto de entender, identificar, alegrar e até mesmo atingir um ao outro como se desse um soco na boca do estômago. Me veio agora a cabeça, o final de semana que antecedeu o dia dos namorados de 2006. Tu me ligaste numa sexta-feira às 22h. Meu celular estava desligado e só vi a ligação perdida no sábado e claro que retornei... E não era nada! Era só você que queria conversar e saber o que eu tava fazendo. Resultado...foi o final de semana inteiro de ligações e troca de mensagens, que culminou com uma conversa que se estendeu até a segunda-feira, dia dos namorados. Não se preocupe, o teor da conversa e as que se seguiram durante aquela semana, início da COPA de 2006, me reservo o direito de guardar só pra mim e você. Nesse mesmo 2006, eu já estava de volta com Marcelo, fazendo planos de casamentos, meses antes do dia dos namorados, em meu aniversário que passaste o dia me enchendo de mensagens e ligações. Ele até hoje não lembrou de me parabenizar.
E o texto que te escrevi quando o pequeno fez um ano? Lembro que quando entrei no MSN vieste falar de cara e agradecer. Mas também houveram muitos que escrevi em momentos que me deixaste furiosa, magoada, triste mesmo. O primeiro texto de aniversário que publiquei para ti, eu chorei com tua alegria. Claro que o último te deixou enfurecido! Mas nem só de textos fizemos esses 05 anos.
A cada nova briga tua e de... eu estava lá. Acalmando, conversando, tentando conciliar, até quando eu fui apontada, injustamente, como uma das causas do ciúme exagerado. Aceitei, mesmo sem entender, cada vez que vinha uma nova determinação de ‘Ó...não vamos mais nos falar, vou te bloquear.’ O ‘bom’ quando isso acontecia era sempre a volta. As vezes haviam passado apenas 02, 03 meses e do nada voltávamos a falar e não conseguíamos nunca explicar a falta que fazíamos um ao outro. Passamos a ter muita importância sim na vida um do outro. Em fevereiro de 2007, 04 de fevereiro de 2007, eu tinha acabado de chegar de uma prévia de carnaval, tava numa ressaca e chegou uma mensagem tua dizendo que tinha visto uma guria parecida comigo na praia e tinhas sentido saudade de mim. Quem disse que eu dormi mais? Ainda transformei a mensagem num texto. Quase morri quando teu primo Rafael se acidentou feio na estrada. Quando por diversas vezes pedi para não ires à São Paulo. Dei risada quando você reclamou que estacionou em frente ao hospital que Rafael estava e te roubaram a bandeira do Brasil que estava no carro. E o que falar do texto que fiz em tua defesa pela guarda de Eduardo? Lembra quando ele foi para escolinha e te arrumou a primeira nora, a 'Isadola'. Quando ele resolveu virar artista e todo dia o gesso ganhava uma nova pintura. Quando ele te 'passou a perna' e te convenceu a fazer batata frita as 22h, ignorando tua explicação sobre ter dor de barriga.
E quando aquele médico retardado confundiu uma gastrite nervosa com um tumor? Nunca chorei tanto na minha vida, era um medo estranho de te perder que me dominava e não sei onde arrumei forças pra te dar apoio, te convencer a fazer todos os exames, a pedir para parar de falar besteiras de morrer. Quase peguei um avião e fui parar em Santa Catarina, mas um imprevisto me impediu. No réveillon de 2007 para 2008 estavas em Porto Seguro e queria me convencer a todo custo a ir pra lá. Já passávamos das 2h da madrugada de 01 de janeiro de 2008 e estávamos no telefone, não lembro bem o que falamos, mas lembro que eu ri horrores. Rimos do sotaque um do outro, do jeito de falar, das diferenças de gírias... “vou numa ‘janta’ hoje mala”. Nossos ‘apelidos’ merecem um capítulo especial, nem comento. E quando você pediu pra eu olhar hotel para vires passar o carnaval aqui? Me acostumei a receber tuas mensagens ou ligações no meu aniversário, no dia das mães... Me surpreendi quando começaste a comentar meus textos no blog, mesmo quando estávmos a dias sem falar, nunca deixaste de passar por aqui e saber como eu estava. O que estava se passando. Já planejamos muita coisa, como o cruzeiro que um dia faríamos, eu com Edson, você com Elaine. E onde estamos hoje? Nem comentarei, prometo.
Tivemos conversas marcantes, brigas horrorosas, sentimentos elevados a máxima potência. O que é isso que acontece entre nós dois? Faço a mínima idéia e sei que você também não. Mas há muito sentimento e não podemos negar. Fosse assim tuas namoradas não sentiriam ciúmes de mim, não teríamos essa coisa de simplesmente não conseguirmos sair um da vida do outro e sempre voltarmos quando mais precisamos. Sabemos que podemos contar um com o outro independente da situação. Nos conhecemos demais sim, mas isso nem sempre nos basta. E quando tu chegas desarmado, de peito aberto, eu pareço o incrível Hulk e armada até os dentes. Quando sou eu que chego desarmada e cheia de sentimentalidades, você vem com seu tanque de guerra sem tomar conhecimento da minha presença. Onde será que vamos chegar com isso tudo? Pior que estou aqui escrevendo e nem sei se vais entender, aceitar ou perceber tudo que estou querendo dizer. Tem horas que nem eu sei... Daí lembrei que comecei a escrever por conta de uma coisa que disseste outro dia e me machucou horrores. Você bradou assim: “Vc não precisa mais fingir sentir algo...” – CARAMBA! Será que é isso mesmo que pensas? Que eu finjo sentir algo? Será que quase 05 anos de blog te dizem alguma coisa? Será que estar aqui cada vez que me procuras te diz alguma coisa? Mesmo depois de um e-mail como aquele que recebi no último dia 14 de janeiro...
São 05 anos Feio! São 05 longos anos...e eu cresci, eu amadureci, eu mudei. No fundo nós mudamos e muito. E sei que não vai adiantar perguntar e querer saber qual é a visão que tens de mim, o que pensas de mim, como me vês de verdade, no fundo do teu coração. E espero mais ainda que um dia essa resposta possa ser dada. Ao longo desses 05 anos eu consegui perceber as tuas mudanças e transformações. Vi aquele cara festeiro mudar a rotina por conta de um alemãozinho que chegou para dominar a vida dele. Vi um homem sempre tão seguro desarmar diante de um problema de saúde por puro medo de ficar sozinho, de não ver o filho crescer. Vi a educação em pessoa perder a linha pra sair em defesa desse mesmo filho e decidir de uma vez por todas tomar as rédeas da situação e da educação de Eduardo. Te vi muitas vez passar por cima de suas convicções por um amor que muitas vezes não sabia se tinha. Te vi baixar a guarda e me pedi desculpa. Mas nunca te vi perder teu caráter, tua humildade... Mas aprendi a reconhecer tua força e tuas fraquezas... O mais importante é que eu aprendi a te reconhecer! A te amar por você ser assim. Se é um amor assim ou daquele jeito eu não sei. Só conheço um tipo de amor e é aquele de entrega, que não espera nada em troca mas sabe-se ali. Mais uma vez eu te digo, te conheço demais e isso me assusta. Conheço teu gênio, sei como gostas das golas de camisa passada, sei lidar com esse teu humor temperado, sei qual é teu perfume preferido, o desodorante que segundo tua mãe já faz parte do cheiro das tuas roupas, sei como te arrancar um sorriso, sei como te tirar do sério. sei qual é tua comida, tua bebida, teu estilo musical preferidos...eu te conheço, acho que por dentro e por fora. E podes até negar, mas é um fato!
Acho que já falei de mais e esse texto é teu. Falei muito? Falei, mas deixei de falar um monte coisa também. Talvez porque não há espaço, talvez porque não haja necessidade. E assim, quem sabe, um dia a gente se entende.
Meu Deus, quantas vezes saimos da vida um do outro e juramos que, 'daquela vez', seria para sempre. Parece que esse 'para sempre' não existe pra gente ou ele é curto demais. Quantas pessoas tivemos em nossas vidas que se acabaram de ciúmes de mim ou de você, fazendo com que nos afastássemos e colocássemos nossa amizade a prova. Muitas coisas passaram, muitas pessoas passaram, muitos sentimentos passaram, outros foram descobertos e nós estamos aqui. Sei lá porque permanecemos aqui. Espero que um dia Deus me, nos, faça entender! Só não adimito que nada disso seja mais colocado a prova, que nada mais seja duvidado...

Falei demais e ainda não falei tudo que eu queria e devia, mas vou aqui encerrar. E em bom português TE AMO ALEMÃO, GOSTO DE VOCÊ DESSE JEITO QUE ÉS. Gosto do teu jeito temperado, do teu mau humor as segundas, da tua pressa as quintas, do sorriso que sempre me arrancou só por estar presente, a tentativa de num dia de mau humor meu, me acalamar contando que havia feito a boa ação do dia ajudando uma guria que havia caído da moto bem a tua frente no trânsito, da maneira como aparecia do nada me pedindo para ouvir uma música porque achava minha cara, do jeito de debochar de mim quando quer me tirar do sério, do jeito incrível que tem de surpreender quando mais preciso, da simplicidade quando diz sem medo que não sabe o que me falar ou responder... Lembra do show de Ivete Sangalo, em Joinville? É tanta coisa, já disse uma dia caberá tudo num livro, E VAIS ESTAR PARA SEMPRE AQUI, COMIGO!


Srta. Marinho

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