segunda-feira, 16 de março de 2009

Aprendendo com Benjamin...


Esse não foi um domingo fácil, feliz ou mesmo tranquilo pra mim. Velhos medos, anseios, angústias, fantasmas voltaram a me assombrar. Nada que cause pânico, só a leve sensação de que não sei mais como administrá-los. Precisava fazer alguma coisa, já que não podia gritar, berrar, xingar ou até mesmo bater em quem, naquele momento, eu gostaria. Resolvi então sair de forma despretensiosa e fui até o cinema. Depois de três semanas ensaiando uma ida ao cinema, não fui antes porque não estava querendo ir sozinha, decide que hoje eu seria minha melhor companhia. Segui o conselho dado por minha amiga Celle e fui assistir O CURIOSO CASO DE BENJAMIN BUTTON.
O filme, que traz um Brad Pitt primoroso no papel principal, narra a fictícia história de vida de Benjamin Button que fisicamente nasce velho, com direito aos sinais da idade, e ao longo do tempo vai rejuvenescendo.
Sua mãe morre ao dar a luz e por ser diferente, foi rejeitado pelo pai e abandonado por ele em frente a um asilo, onde foi adotado, por Queennie, funcionária do local. Assim, Benjamin cresceu entre pessoas fisicamente semelhantes a ele, e psicologicamente em um mundo bem diferente do dele. Apesar de fisicamente ser velho, ele tinha mente de criança.
Desde cedo aprendeu três grandes lições que carregou para o resto de sua vida. A primeira é que no mundo cada um de nós, embora não estejamos sozinhos, temos que aprender a caminhar, a fazermos nossos caminhos e escolhas sozinhos. A segunda é que, embora crescer seja até engraçado, não é uma coisa fácil e dói um bocado. E a terceira é que muitas vezes, embora não aceitemos, vamos rejeitar, contradizer, amaldiçoar o tempo, mas quando ele chega não temos como fugir ou recuar. Estas lições são reforçadas pelo abandono de Benjamin no asilo por seu pai biológico, pelos amigos que ‘crescem’ com ele, e pelo nascimento da filha da mulher que o adotou.
O fato de ter crescido em um asilo, convivendo com pessoas que pareciam com ele, fez com que Benjamin visse as pessoas de quem gostava partindo dessa vida, e ainda pelo fato de ser uma pessoa diferente, dentro dele surgiu um sentimento de aproveitar a vida ao máximo. Por isso, quando foi crescendo e sentindo a necessidade de ganhar, conhecer, descobrir o mundo, abraçou cada oportunidade que a vida lhe dava. E aprendeu, mesmo com as oportunidades que deixou passar. Viajou pelo mundo, conheceu pessoas, cresceu interiormente, até retornar pra casa e viver um amor que ele esperou amadurecer para aproveitá-lo. O resto, só acompanhando o filme.
A grande lição da obra é que devemos aproveitar a vida ao máximo, apesar das pedras no meio do caminho (adoro filmes com essa perspectiva!). Crescer não é fácil, fazer escolhas, tomar decisões, abrir mãos de coisas e pessoas não é fácil e muitas vezes machuca horrores. Mas até na dor é possível tirar lições. Hoje eu aprendi uma pequena grande lição com Benjamin Button. Aprendi que não são as coisas ou pessoas que estão a minha volta que estão mudando, SOU EU. E daqui pra frente muita coisa não será fácil, mas só dependerá de mim, das minhas escolhas.
No mais, só posso dizer que o filme é M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O! Com ricas atuações de Brad Pitt e Cate Blanchett e ainda me impressiona muito o que Hollywood pode fazer! Porque deixar um ator velho é uma técnica de maquiagem bastante conhecida no cinema, no teatro e na televisão, mas deixar atores bem mais novos do que eles realmente são através de maquiagem como foi feito no filme, é impressionante. Nessas horas é que fico com pena do cinema brasileiro, porque além de estar muito preso a apenas retratar as mazelas da nossa sociedade, com raras exceções, ainda é incapaz de fazer determinados efeitos especiais e elaborar um roteiro que faça o público sonhar junto com o filme.
Srta. Marinho


SINOPSE:

"Eu nasci em circunstâncias incomuns." - Assim começa O CURIOSO CASO DE BENJAMIN BUTTON, adaptação do romance de 1920 de F. Scott Fitzgerald sobre um homem que nasce com oitenta e poucos anos e rejuvenesce a cada dia que passa. Um homem, como qualquer um de nós, que não pode parar o tempo. A partir da Nova Orleans do final da I Guerra Mundial, em 1918, adentrando o século XXI, o filme percorre uma jornada tão incomum quanto pode ser a da vida de qualquer pessoa, através da grandiosa história de um homem nem tão comum assim, das pessoas e lugares que ele descobre ao longo do caminho, dos amores que encontra, dos que perde, das alegrias da vida e das tristezas da morte e do que permanece além do tempo.

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