sexta-feira, 6 de março de 2009

Casamento, casa, filhos... (ou Sobre Trivialidades)



Thalita diz:
Hoje se alguém perguntasse o que eu queria pra minha vida, eu diria que é uma casa com jardim, quintal, cachorro, um marido que me ame mesmo em dias de TPM, filhos de cuca legal, contas a pagar, cinema com pipoca no final de semana, casa da sogra no domingo, praia no verão...

George diz:
NOSSA ...Q CONVENCIONAL PRA UMA PESSOA TÃO ESPECIAL COMO VC

Thalita diz:
Acho que o problema é esse. As pessoal me vêm tanto como uma PESSOAL ESPECIAL que esquecem que eu sou humana, como qualquer outra mulher, e que não quero nada além do trivial, do convencional...

George diz:
NOSSA

* * *
Essa conversa me fez ficar pensando, pensando, pensando...e me espantar com as possibilidades de resposta. Me deu a sensação de que eu devo ser algum um tipo de extraterrestre. Ou devo me transformar em alguma aberração e assustar as pessoas cada vez que falo coisas assim. Porque é tão espantoso para as pessoas, ou pelo menos para algumas delas, principalmente para os homens, saber que eu quero casar, ter filhos, uma casa com quintal, jardim, cachorro, filhos...etc? Será que pensam que sou alguma devoradora de homens e que só me interesso por cama? Aos que pensam assim, estão mais do que enganados. Eu gosto de romance...
Cheguei a conclusão que talvez a culpa possa ser minha. Quer dizer, possa não, ela é toda minha. Fui criada sabendo que sou mulher e que tenho que ser feminina, educada, gentil, mesmo sabendo que tenho brigar com unhas (sempre bem feitas) e dentes (sempre bem cuidados) para ter meu espaço, para alcançar meus objetivos. Talvez o erro tenha sido esse. EU ME SUPEREI! Sou uma mulher plena, absoluta e intensa. E ser assim faz com que eu assuste as pessoas, os homens, com desejos tão simples, convencionais, triviais... Pode ser que espante sim, mas não é absurdo. Sou especial? Sem dúvidas! Assim como qualquer outra pessoas pode ser aos olhos de quem lhes conhece, mas eu sou antes e acima de qualquer coisa, HUMANA. Humana até demais se desejam saber. Sim, eu sou escolarizada, sou politizada, independente financeiramente, cheia de cultura, sei conversar sobre tudo, sei me vestir de acordo com o que as ocasiões me pedem, tenho amigos que representam parte do sou, tenho uma família que não me deixa esquecer quem eu sou e de onde vim, um trabalho que gosto e respeito... Mas eu também sei lavar, passar, cozinhar, sei escolher tomates na feira, comprar a quantidade certa de arroz, feijão, açúcar, etc, sem desperdiçar, sei comprar peixe (de água doce e salgada), churrasco então é comigo! Sei cuidar das pessoas, as vezes mais até do que de mim, mas com o mesmo cuidado, delicadeza e atenção. Qual é a estranheza disso?
Sei que sempre passei a imagem de uma mulher forte, independente, segura, absoluta...e sou tudo isso. Mas isso não me coloca abaixo ou acima de ninguém. Me coloca em pé de igualdade com muita gente e assim como todo mundo eu quero e espero ser respeitada e amada. Compreendida não, porque isso nem eu consigo boa parte das vezes.
Daqui a pouco mais de um mês eu faço 30 anos e ainda trago comigo alguns sonhos da menina de 10, 12 anos e lembro-me bem do que eu queria nessa época, além de passar de ano para ter a garantia que ganharia tudo que havia pedido de presente de Natal. E são esses desejos que eu não abro mão, porque eles representam a minha plenitude, a minha realização como ser humano, como mulher que sonha, luta, chora e ama. E plagiando os grandes Milton Nascimento e Fernando Brant, eu sou uma Maria como a Maria que eles cantam
‘...uma mulher que merece viver e amar como outra qualquer do planeta...’

Srta. Marinho

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