domingo, 25 de outubro de 2009

Mais uma vez satisfazendo um pedido dele (ou seria um texto sobre [falta de] coragem?)


Na última sexta-feira, depois que fiquei sabendo do diagnóstico do meu pai, eu perdi o meu chão. Me senti sozinha, tomada por uma sensação de perda, medo, tristeza, tudo junto. Tudo que eu queria era me sentir um pouco confortada, sentir um pouco de carinho, de amizade... Sem nem pensar duas vezes enviei uma mensagem para Roberto. Foi a primeira pessoa que procurei. Dentro da minha cabeça, eu pensei que por mais magoado que estivéssemos um com o outro, ele me estenderia a mão amiga. Assim como eu fiz tantas vezes com ele. Quando por diversas vezes estávamos brigados, e alguma coisa lhe acontecia, e ele me procurava. Eu estava sempre aqui, pronta para dar-lhe o conforto, socorrer, para ser o abrigo, a amiga. Lógico que ele usou a mensagem contra mim, claro que me jogou na cara um monte de coisa, claro que ele me ofendeu da maneira mais reles e covarde. Me cobrou comportamentos e atitudes que ele quase nunca lembra de ter comigo, como carinho, respeito, amizade...porque entre nós, não há uma reciprocidade nesse sentido. É sempre a lei do venha à mim (no caso ele), você (que sou eu) lasque-se porque não tenho tempo pra isso.
Por fim ainda disse que eu era covarde, que detonava com ele aqui no blog (ele não lembrou do tanto de textos que já fiz me declarando, dizendo o quanto amo, gosto, admiro...). E que eu não teria coragem de vir aqui e publicar um texto dizendo que eu IMPLOREI, para que ontem, num momento tão difícil pra mim, ele me desse apoio.
Pois bem, as mensagens foram as seguintes:

1ª mensagem minha – enviada às 18:33h:

‘Meu pai está com CA, soubemos hoje. Perdi meu chão! Queria conversar um pouco contigo. Ter um pouco do teu carinho, apoio... Mas duvido que vá se importar.’

1ª resposta dele – enviada às 19:39h (18:39h aqui, já que lá ele está em horário de verão):

‘Vc é autosuficiente, mto cheia de si para precisar de mim, com tantas qualidades como li hoje. Faço votos de saúde a seu pai. E por favor não me procure mais.’

Não sei para vocês, que conhecem nossa história, mas para mim isso foi desnecessário, mesquinho, sádico, egoísta. Caramba...eu estive sempre aqui quando ele precisou e na hora que eu preciso, ele me vira cara e dá uma patada dessa. Mas eu, muito boba e burra que sou, fui além e achei que de alguma forma ele havia feito isso, respondido assim para me machucar (mais, já que 5 anos não foram suficiente para ele pisotear), mandei outra mensagem.

2ª mensagem minha – enviada às 18:57h:

‘Não faz assim comigo. Tu bem sabes como NÓS DOIS ficamos e falamos na hora da raiva. Sempre estive contigo quando precisaste, agora EU ESTOU PRECISANDO DE TI.’

NÃO HOUVE RESPOSTA DELE.

Burramente eu insiti...

3ª mensagem minha – enviada às 21:12h

‘ESTOU PRECISANDO DE TI, MUITO. Por favor, estou te pedindo. Vamos parar com isso.’

2ª resposta dele – enviada às 22:20h (21:20h aqui):

‘Agora o grosso, estúpido, burro, pato prepotente e etc, serve? Vc só sabe me detonar no blog pq direto pra mim não tem coragem, vai pro inferno srta perfeição!’

Caramba...! Lógico que quando essa mensagem chegou eu fui tomada pela raiva. Mas muito mais pela tristeza e mágoa. Acho que depois de mim, ninguém além dele conhece mais esse blog. Tem certeza que leu todos os textos? Ainda assim, me agarrando a uma certa esperança de que ele me daria o carinho que eu precisava naquele momento (que burra que eu sou!), mandei outra mensagem.

4ª mensagem minha – enviada às 21:39h:

‘Eu só te detono no blog? Sabes que não é verdade! Tem inúmeros textos, declarações para ti. Não sou perfeita! E sei que fui cruel, mas estava com raiva, magoada.’

3ª resposta dele – enviada às 22:44h (21:44h aqui):

‘Quero ver vc colocar essas mensagens me implorando atenção lá no blog tbém! Mas imagine que os outros podem saber que a TODA PODEROSA se arrasta atrás do idiota aqui, pq lá vc se finge de algo que não é, que me detona qdo quer, como quer, ainda bem que sonhar e fantasiar não paga né? Vc é mto tosca!

5ª mensagem minha – enviada às 22h:

‘E os textos em que CONSTATO que TE AMO e que não sei te deixar fora da minha vida? O fato é que, mesmo magoada contigo, sempre estive aqui quando precisaste!’

4ª e última resposta dele – enviada às 23h (22h aqui):

‘Me esquece guria, vai procurar um cabeça chata! Já perdi muito tempo contigo, me deixa em paz!’

6ª e última mensagem minha – enviada às 22:17h:

‘É dessa atitude tua que me queixo. Esse teu jeito de me machucar gratuitamente. Pra quê? Sabes que amanhã ou depois vais querer contar comigo. Lê o blog amanhã!’


Tenho inúmeros defeitos. Posso fazer um texto infinito falando deles. Mas uma coisa que estou certa que não sou é covarde. Qualquer um que lê os meus textos, consegue identificar, com clareza, quantos deles são para Roberto. Às vezes fico até com vergonha do tanto de vezes que fui chamada de burra, boba, idiota...por amigos e pessoas próximas, por expor com tanta franqueza o que sinto por ele, enquanto ele só me pisa, me esfrega as inúmeras namoradas na minha cara, fala de mim para elas e em um segundo tenho minha vida transformada num inferno, que viu uma guria na praia parecida comigo e sentiu saudade, me manda mensagens (em plenas férias) só para dizer que se agarrou com uma morena que era a minha cara e tinha a boca macia como a minha ou para me enviar uma mensagem de madrugada para dizer que acabara de sonhar comigo e acordara excitado (Estou inventando isso também?). Injusto também me acusar de não ter coragem de falar as coisas em sua cara e preferir ‘inventar’, fingir aqui no blog. Será que são invenções? Fingimentos? Será que devemos parar para contar quantas vezes eu tentei falar tudo que eu queria e sentia, e tudo que eu ouvia de volta era: ‘NÃO VOU FICAR AQUI AGUENTANDO VOCÊ’, ‘VTNC’, ‘VOU TE EXCLUIR’, VOCÊ MORREU PRA MIM’... Injusto esquecer que quando precisaste eu estava aqui. Quando soube que seria pai. Quando sofreu um acidente na estrada com o pai. Quando o médico errou o diagnóstico e disse que ele estava com câncer e me ligou chorando. Eu interrompi uma aula para ficar com ele ao telefone. Quando o pequeno se ‘acidentou’ e ele quase vai preso por ter saído batendo em meio mundo para defendê-lo e me ligou chorando por que teve medo de perdê-lo. Quando decidiu pedir sua guarda. Quando os primos se acidentaram na estrada, dois chegaram a falecer. Quando em julho desse ano, depois de estarmos a pouco mais de 2 meses sem falar, me procurou me pedindo para deixá-lo voltar a fazer parte de minha vida ou quando a 20 dias atrás, me pediu por favor para ajudá-lo. Quando perguntou se minha mãe o aguentaria aqui no final de ano... Tudo invenção minha? Não! E em todos esses momentos, e alguns outros, eu estava lá. Em nenhum deles eu o deixei na mão.
Será que é minha a covardia de preferir me acompanhar pelo blog a ter uma conversa decente comigo? Sem usar palavrões, xingamentos desnecessários, me humilhar, pisar? Eu ainda sou chamada de ‘Srta. Perfeição’. E só para assinar meu atestado de burrice, porque agora me convenci que sou. Estou eu aqui, mais uma vez me humilhando e escrevendo um texto para ele, sobre ele... Sinto que estou chegando num limite. Perdi a esperança! Claro que eu não o procurei mais e acho difícil que volte a fazê-lo. Claro que o consolo e apoio que eu esperava dele não veio. Mas é claro que se amanhã ou depois ele me procurar porque aconteceu algo ou porque não tinha nada melhor para fazer e resolveu me desbloquear, me mandar uma mensagem falando uma bobagem qualquer, eu vou abrir um sorriso e achar que estamos de novo bem.
É Roberto, tens razão, agora eu vi o quanto eu implorei por alguém que não merecia. Por alguém que não me respeitou, mas há de sentir a minha falta, porque não haverá outra que suporte o que suportei. Eu sou burra sim! Bom saber que não fui sozinha! Mas para minha burrice há conserto!

Srta. 'assumidamente imperfeita, mas cheia de coragem' Marinho.


P.S.: Cris e Ricardo, obrigada pelo colo, pelo apoio, pelas palavras de consolo. Obrigada por terem sido a minha fortaleza. Obrigada por terem ido ao meu socorro, mesmo não tendo sido vocês os primeiros a serem procurados. Ainda bem que nessa 'terrinha de merda' como ele gosta de falar, existem HOMENS e MULHERES de verdade! Que sabem qual é o valor de uma boa amizade, de amor, de consideração e mais ainda, de respeito ao próximo.

2 comentários:

Anônimo disse...

miga...que mais vc precisa para perceber que esse cara não merece seu carinho, respeito, considerção, amizade...amor? esquece esse PATO. TE AMO MUITÃO!

Su.

Anônimo disse...

Chore por mim amiga... Por ele não! Saudade de vc.

Pedrinho.