domingo, 4 de janeiro de 2009

Escrever, escrever, escrever...
Essa última semana eu ouvi, de uma pessoa que eu amo, uma crítica sobre eu ‘perder’ o meu tempo escrevendo uma vez que não sou jornalista, escritora ou mesmo ganho dinheiro com meus textos. Isso me doeu horrores! Quem me conhece de verdade sabe do imenso prazer e alegria que tenho em escrever. É minha fuga! E esse prazer eu só comparo ao prazer que tenho por música e sexo. É...sexo, mas deixemos esse assunto de lado porque não é a tônica do que quero falar agora.
Há quem pense que escrever é uma coisa fácil, como falar, cantar uma música...muito pelo contrário. Escrever é difícil, muito! E não falo só por conta de nossa língua. A língua portuguesa não facilita com tantos pretéritos, concordâncias, regências, se seremos subjetivos ou não. Isto, isso aquilo; porém contundo, entretanto, todavia... Nem todo mundo que escreve, escreve bem. Dar uma opinião, julgar é mais fácil que escrever. Eu simplesmente amo escrever e sei que faço isso bem. Tão bem que sei que posso até ser cruel se eu quiser, com uma simples linha escrita.
Escrever, escrever, escrever... Escrever sem parar como forma de respirar, existir, como forma de me conhecer, como forma de sobreviver. Sobreviver nesse emaranhado de sentimentos, sensações, experiências e que quase sempre não consigo explicar através da palavra falada. Cada palavra que desenho no papel, com a mais perfeita das caligrafias, ou que digito de forma frenética no computador, é um mergulho num universo mágico em que as letras se juntam automaticamente na tentativa de legendar todas aquelas imagens multicoloridas que formam um emaranhado de idéias.
As palavras vão saltando sem medo de precipícios, nem fobias de altura, sem se preocupar onde vão cair ou quem vão atingir. É como se fosse uma montanha russa, numa viagem pra dentro de mim, através de mim. Uma viagem de descobertas, de mão dada com a segurança do olhar e com a confiança da ausência pessoal do ser.
O tempo pára, a bebida acaba, a comida estraga, a roupa suja, a bailarina pára de dançar, a banda pára de tocar, o mundo deixa de girar, mas escrever não deixa de ser uma forma de sobreviver. A minha forma de sobreviver. Se me tiram a escrita, estão me tirando a vida. E daí se eu não sou jornalista, escritora, se não ganho dinheiro com meus textos? A intenção nunca foi essa.Escrever com particípio é bom, mas escrever com a participação dos sentimentos é melhor ainda. E isto, modéstia a parte, eu faço muitíssimo bem! Basta saber ler para constatar.
Srta. Marinho

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