quinta-feira, 27 de novembro de 2008


Tudo parece tão impessoal ultimamente. Não se reconhecem mais amigos como antes. Não é tão fácil encontrar aquela pessoa especial. Até as famílias estão bastante desunidas. E como acreditar nas pessoas? Hoje tudo se trata por e-mail e telefone. Nem é preciso conhecer, de verdade, quem você fala. É certo que em alguns casos desvenda-se muito mais um estranho de rosto do que um amigo íntimo. Mas são raras as exceções e é preciso haver uma entrega e uma disposição à cumplicidade. É como se as pessoas não sentissem mais a necessidade do olho no olho ou não desejassem o toque de pele. Como se não tivessem mais prazer em um abraço apertado. Parece que está tudo errado. Tudo fora do lugar. O que era para aproximar acaba afastando as pessoas. Sinto que estamos cada vez mais longe de quem gostamos. E ao mesmo tempo tão perto. Talvez por isso tudo pareça ser tão fugaz e irreal. É como se estivéssemos interpretando um papel que não nos pertence vinte e quatro horas por dia. Mentir torna-se tarefa muito fácil quando não existe uma busca da verdade no olhar. Porque mentir atrás de uma tela de computador é fácil, mas olhando no olho de alguém, fica difícil. Dizer que ama digitando sete teclas de um teclado é simples, mas convencer com palavras, cara a cara, é bem complicado. As pessoas não se entregam por inteiro, existe sempre aquele resquício da dúvida. Num mundo tão ilusório e efêmero é realmente muita ingenuidade entregar-se ao novo. Tenho medo do futuro e não sei ser moderna. Prefiro o meio antigo de comunicação. Gosto de olhar na cara, de sentir o cheiro e poder ver nos olhos. Por isso não adianta eu ficar justificando o NÃO que digo, pois ele já é um SIM. Nem pensar em maneiras de te esquecer, já lembrando de você. Tenho SAUDADES do passado, SÍNDROMES de solidão e uma eterna INDECISÃO.
Srta. Marinho

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