quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Carta 2 (ou Carta ao cara que pensa que é valente, mas é só um menino grande)





Esta música custa-me como se te contassem a tua própria vida de trás pra frente. Ao redor de muitos medos que não costumavas ter porque eras livre para te renderes no mundo sem olhar para trás. Para abraçares os feitiços de todos os homens e de todas as mulheres também. E agora é só o que tens. A tua vida encaixotada na dispensa da vida, cantada aos ouvidos para que não esqueças que pelo menos tentaste e até acreditaste que podias ser feliz assim. Não fosse o medo... Medo do novo!
E esta música custa-me como nos custam os primeiros fins. Custa-me como nos custam as primeiras distâncias, as primeiras certezas, os primeiros impasses. Como te custam as músicas que falam do que ficou por dizer, mas que sentiste em todos os centímetros de ti. Em todos os lugares em que paraste e desejaste ter tido alguém para os partilhares e te partilhares a ti, assim, naturalmente. Agora, peço apenas que ouças. E que me ouças também.
Srta. Marinho

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