sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Carta à Mulher que eu vejo no Espelho

Já faz tempo que não temos essa conversa, olho no olho, por isso estou aqui, disposta a discutir nosso relacionamento.
Conheço esse teu olhar de acusação! Sei que vais reclamar que não tenho passado muito tempo contigo, nesses meus dias anestesiados e distantes, mas eu juro, e posso afirmar de forma clara e honesta que, embora não tenha demonstrado muito, eu nunca deixei de te amar.
Estou aqui, agora, neste momento, te olhando nos olhos e percebendo suas indagações, sentindo seus medos e anseios...ouvindo cada desejo nunca antes proferido. Eu ouço tua respiração à noite e conheço de cor cada pesadelo teu. Eu sofro quando sentes saudade, reconheço que te magoaram e que eu fiz muito pouco para evitar isso. Aliás, confesso que, em algumas vezes eu até contribuí com essa sua mágoa.
Confesso que já te sabotei! Te critiquei injustamente, não valorizei teus esforços e teus pequenos progressos. Confesso que te martirizei com meus altos padrões de exigência, que subestimei a tua companhia, que fiz pouco caso de tuas tentativas de se fazer enxergar. Agora estou aqui, te pedindo perdão e propondo uma nova etapa nesse nosso longo relacionamento. Então vai a minha proposta:

1. Proponho agora, não só te amar, mas demonstrar mais esse amor;
2. Proponho te ouvir primeiro e, mais do que só ouvir, prestar atenção ao que dizes;
3. Proponho respeitar os teus desejos e fazer de tudo para realizá-los;
4. Não vou deixar ninguém mais te machucar;
5. Vou cuidar de ti;
6. E, acima de tudo, eu proponho te amar, acima do bem e do mal, mas também prometo contribuir para o teu crescimento como ser humano, como profissional e como mulher.

Thalita Marinho

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