quinta-feira, 19 de julho de 2007

VÍCIOS DA ALMA (9)



MEDO. (ê) [Do lat. metu.] S.m. 1. Sentimento de grande inquietação ante a noção de um perigo real ou imaginário, de uma ameaça; susto, pavor, temor, terror. 2. V. Receio (1 e 2). ♦ A medo. Timidamente, hesitantemente: “É que, à noite, lírio branco, /Os astros guardam segredo / Dos beijos dados a medo...” (Gonçalves Crespo, Obras Completas, p. 316.) Não ter medo de caretas. Não se amedrontar com ameaças. Pelar-se de medo. Ter um medo que se péla. Ter medo da própria sombra. Assustar-se ou apavorar-se por qualquer motivo. Ter medo excessivo. ... (Dicionário Aurélio)
Medo...o medo tem suas razões e as tem conforme o figurino; só rara e tortuosamente é "irracional".
No mais das vezes, o medo é produto do cálculo. Resulta não apenas das induções corriqueiras de quem atravessa a rua na faixa, mas também das demonstrações elegantes daquele que, por algum motivo, hesita em apertar o botão vermelho (há sempre um botão vermelho).
O medroso tem as costas quentes no mundo das idéias, só por ser. Nunca teme sozinho, nem quando abandonado. A cada menção de tremedeira, uma linhagem de medrosos do pensamento, sob ou sobre a terra, faz coro num "tenha medo!" imenso.
Por força, por método, por efeito, o medo faz sentido. Os medos de voar, de andar nas ruas de uma cidade violenta, de se relacionar, tantos mais e, acima de todos, o de morrer têm base - veja o noticiário. Sejamos honestos, afinal: a coragem não é qualidade do corajoso; é atributo do medroso que se violenta. SIM, EU TENHO MEDO, MUITO! E você não tem? Quem nega mente.
Thalita Marinho

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