sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Sim... eu estou falando de AMOR!


Visitando o blog do meu querido amigo Léo Saraiva e me deliciando mais uma vez com seus textos, lembrei-me de Luís de Camões. Eu nem comecei a escrever e já com a primeira linha você, que lê, pode perguntar: O que tem haver um com o outro? Em tese nada! Apenas o fato do Léo ter falado sobre o AMOR no último texto do seu blog. E quando se fala de amor, é impossível não lembrar de Vinícius, Neruda, Casimiro de Abreu, Shakespeare...e Camões. Então, lendo o texto dele, resolvi comentar, mas o texto ganhou forma e o que seria um breve comentário, virou texto e meu amigo concordou que eu fizesse aqui, no Lunário Perpétuo... Enquanto eu lia, comecei a relembrar de um monte de coisas, situações, pensamentos, sentimentos que vieram à tona... Lembrei também que quando ele me disse que escreveria sobre o amor, eu disse que eu gostava muito do tema, embora não fosse fácil de escrever sobre tal e ele, sem querer, confirmou minha afirmação quando em conversa disse que, escrevendo, começou de um jeito, seguindo uma linha e chegando a outro lado. Mas isso é próprio do amor, nos faz mudar o caminho!

Por falar em Luís de Camões, o poeta português, escreveu no século XIV aquele que viria a se tornar um dos maiores sonetos de amor, O AMOR É FOGO QUE ARDE SEM SE VER. Pensando no soneto, Camões, fala de um amor platônico e dualista, entre sensível e inteligível, matéria e espírito, finito e infinito, mundo e Deus. É uma definição poética do amor! Como se Camões quisesse definir este sentimento indefinível e explicar o inexplicável, colocando imensos contrastes para caracterizar este “mistério”. Para ele, o Amor (com A maiúscula) é um tipo de ideal superior, perfeito e único, pelo qual há o anseio de atingi-lo, mas como somos imperfeitos e decaídos, somos ao mesmo tempo incapazes de chegar a esse ideal. O amor é visto então pelo poeta, como um sentimento que envolve sensações e que ocorre quando existe um senso de identidade entre pessoas com identidades bem definidas e diferenciadas. Existe a incerteza do amor (com a minúscula) físico com o Amor ideal, assim o amor é um tipo de “imitação” do Amor, na realidade, quase sempre, procuramos compreender e definir o processo amoroso. Camões traduz toda a perplexidade diante da total impossibilidade de se compreender o próprio amor e ele parece estar coberto de razão ao afirmar que "tão contrário a si é o mesmo amor". Complexo, não é?

Mas seja sincero e me responda. Existe coisa melhor que o amor? Quando Deus nos presenteou com o amor, ele acertou em cheio. A fórmula perfeita nunca será descoberta por ninguém, e ainda assim, vivemos suas maravilhas, seus encantos, seus olhares, seus toques. E quem aperfeiçoou o amor estava apaixonado por si mesmo, acreditava na magia, no encantamento... Por que igualmente importante ao amor que devemos ofertar, também é o amor próprio.

Por amor, suspiramos. Por amor, rimos baixinho ou o tempo todo. Por amor, lembramos dos melhores momentos. Por amor, queremos ser cada vez melhores. Por mais que tentemos, nada explica ou traduz o amor. Ele foi feito para cada pessoa, na sua peculiaridade. Ninguém ama de maneira igual, nem na mesma intensidade. Existem amores maiores e menores sim, cada um sentido de maneira diferente pelo termômetro que é o nosso coração. Alguns são tão intensos que sentimos as famosas “borboletas no estômago”. Existe coisa melhor que ser um ‘bobo’ apaixonado? E feliz é claro? E como já dizia o poeta, amor adoecido, quando não cuidado vira ódio.

Já amor correspondido é um santo remédio, é uma alegria pra alma. Acho que Deus quando criou os sentimentos, usou toda a sua imaginação, todo o seu talento e fez do amor um sentimento universal que faz sermos o que somos. Quem por amor já não se sentiu fazendo ‘loucuras’? Quem por amor não perdoou? Quem por amor não se viu cantando músicas no meio do dia e dançando com o ar no meio da casa? Quem nunca fez algo pra agradar? Existe nesse mundo recompensa maior que um coração inundado de amor? Que um coração que transborda felicidade? Existe coisa melhor que o carinho do ser amado? Que o cheiro, que a pele, a cumplicidade, o compartilhar?

Quem não fica ‘bobo’ que se atire então, porque o amor tem disso. Deixa-nos a mais feliz do que esperávamos. Deixa-nos cheios de humor. É a mais bela criação divina. É um bem-querer que só nos faz bem. É renascer, é plenitude. Engana-se quem pensa que o amor é só o amor homem-mulher. A plenitude e grandeza do amor vão mais além... O amor é amar sem olhar a quem! É o amor que depositamos ao fazermos uma caridade, é o amor que nos faz sermos compreensíveis com aquele que nos ofende num momento de cólera. É o amor pleno que sentimos pelos irmãos, pelos amigos que se tornam irmãos. Ousaria dizer que amor é quando nós amamos, não somos correspondidos e ainda assim seguimos amando por que o outro está feliz. E do que vale o amor se não for para podermos compartilhar a felicidade, conquista, alegria do outro? ‘O amor verdadeiro começa lá onde não se espera mais nada em troca.

O amor não é egoísta! O amor não priva o outro, o ser amado, de viver, de seguir, de fazer escolhas. Engana-se, também, as pessoas que acham que o amor resolve todos os problemas, pois é justo o contrário. O amor vem como um prêmio para quem consegue resolver os problemas.

O amor é o que nos une, uns aos outros, é o laço infinito da sabedoria do nosso criador. Só seremos felizes amando uns aos outros, pois nada mais nos foi pedido.


Srta. ‘amadamente amando’ Marinho

P.S.: Caso sintam vontade, após lerem esse texto meu e quiserem ler o do Léo, basta clicar no nome dele, lá na primeira linha do texto. Eu recomendo!

Um comentário:

Léo Saraiva disse...

depois de lerem o seu, rs, não tem nada mais que acrescente a falar de amor no meu.
Parabéns, muito completa a abordagem.