quinta-feira, 24 de abril de 2008

LARANJA ETERNA x BRILHO MECÂNICO

Bem, no momento "nada para fazer da estrela" de hoje resolvi escrever algo aqui antes que deletem minha conta de vez como fizeram com um outro blog que tive tempos atrás.
Tenho tido muitas coisas interessantes para escrever... Minha vida e emoções andam numa efervescência incrível, mas dado os últimos acontecimentos e como uma forma de preservar um pouco da minha vida pessoal, do que sinto, do homem que amo, resolvi não me expor tanto e escrever sobre um filme que assisti já há um tempinho e reprisei ontem.
Na verdade não é propriamente sobre o filme em si, mas sim sobre as semelhanças dele com outro. A película em questão é "BRILHO ETERNO DE UMA MENTE SEM LEMBRANÇAS". A princípio o título assusta, parece o nome de uma novela mexicana daquelas com direito a:

- "Amo-te Catarina Dolores de la Sierra".
- "Eu também te idolatro Antônio Rodolfo de los Angeles".

Entretanto não é nada disso, trata-se de um filme a ser refletido. Tudo bem, talvez meio ‘intelectualóide’ pretensioso, mas com seus méritos sim. Talvez um leve toque de "Kubrick", mas ainda com seus méritos. Isso se você deixar seus preconceitos de lado e engolir um Jim Carrey dramático, tentando ser menos caricato, e esforçando-se em amenizar suas peculiares caretas inatas de plantão. Caso contrário nada feito! O segundo filme em questão é "LARANJA MECÂNICA". Sim, para mim, existe uma semelhança entre os dois. É claro que "LARANJA..." é uma obra prima criada por um gênio e é único! E o "BRILHO ETERNO..." é um bom filme, feito por um diretor ainda não tão aclamado quanto Kubrick, mas com um currículo interessantíssimo (vide "QUERO SER JOHN MALKOVICH”) e com Jim Carrey no elenco (este, ponto negativo), mas com uma deliciosa seqüência não linear que muito me atrai (este ponto super positivo).
Confesso que busquei uma analogia entre os dois no ‘nosso-mestre-oráculo-google’ e nada de resposta às minhas súplicas. O que muito estranhei, pois se trata de bons filmes, com temas e enredos bem diferenciados, mas com um ponto em comum, sutil e ao mesmo tempo forte: a ânsia desmedida pelo controle cerebral. O controle dos sentimentos, a robotização do homem, a banalização das emoções, a alienação, a mágica de se "apertar um botão" e fazer sumir aquilo que perturba alguém de alguma forma. O que logicamente só pode resultar numa "brain damage" total. O tratamento Ludovico, literalmente repugnante e agressivo, aplicado por uma sociedade opressora visto em “LARANJA...’ versus o tratamento de destruição de memória realizado por uma clínica particular especializada, igualmente repugnante e desesperador de “BRILHO ETERNO...”.
Semelhanças sutis e gritantes, porém altamente recomendados.

Thalita Marinho


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