sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

VÍCIOS DA ALMA (13)



MÁGOA. [Do lat. macula.] S.f. 1. Mancha ou nódoa proveniente de contusão. 2. Fig. Desgosto, amargura, pesar, tristeza. 3. Fig. Sentimento ou impressão desagradável causada por ofensa ou desconsideração; descontentamento, desagrado. 4. Fig. Dó, lástima, pena. [Cf. magoa (ô), do v. magoar.] ... Dicionário Aurélio.

Magoa-me o fato de não sentires a minha falta. Magoa-me o fato de todos esses anos parecerem não ter significado para ti. Magoa-me a ausência quanto as mensagens e e-mails que não me mandas ou respondes, as ligações que não me fazes ou retornas. Será que, ao menos, reparaste que deixei de te enviar mensagens, de te fazer ligações e até de te escrever e-mails?

Os e-mails que te escrevia, sem dúvida, eram o mais importante. Cada e-mail que te escrevi era um pedaço de mim que eu te enviava. Será que não consegues entender isso? Será que não estranhas o fato de ter deixado de o fazer? É, porque nunca entendeste o verdadeiro significado que cada palavra que te escrevia tinha para mim.
Tudo o que te escrevi levava um pedaço da minha alma. Será que também não foste capaz de entender isso? Apenas tentei que entendesses as minhas atitudes e o quanto eras, és...ou sei lá, importante para mim. Acho que nunca quiseste aceitar, entender isso.

Nunca tiveste a capacidade de me dizer o que sentias. Continuo achando que teria sido mais simples para mim que tivesses dito logo que apenas me vias como um nada na tua vida. Em vez disso, preferiste manter-te em silêncio...

Dias desses, quando me perguntaste sobre como eu estava, menti. Não está tudo ótimo comigo! Muito pelo contrário. Em relação a ti, principalmente, algumas vezes não esteve nada bem. Apenas me esforcei para te dar as respostas, te passar a impressão que querias. Mas é verdade que a minha vida já não depende de ti, nunca dependeu... Apesar de haver alguns conflitos entre nós, ainda existe um conflito maior comigo e com o que sinto por ti. Pensei que já tinha, quase, te esquecido, não só porque acreditei que não penso tanto em ti, como por agora tentar fazer toda a minha vida sem que faças parte dela. Enganei-me! Ainda sinto algo por ti, diferente do que senti em tempos, mas ainda me afetas. Bastaram meia dúzia de palavras tuas, sem qualquer intenção, para que eu fosse de novo abaixo.

Voltei a pensar em ti e em tudo que já falamos, confidenciamos, passamos...sentimos. Voltei a pensar no longo percurso que percorri desde que te conheci. Voltei a pôr em causa as minhas atitudes e a passar-me pela cabeça o que teria acontecido se eu tivesse agido de outro modo. Voltei a pensar nisso apesar de ter plena consciência de que tais pensamentos não abonam a meu favor. Rapidamente, resolvi expulsar de mim todas estas suposições. Não! Não me arrependo do que falei, confidenciei, pensei...senti. Ou sinto, sei lá, às vezes não consigo raciocinar com clareza quanto a isso. Não consigo raciocinar direito quando o assunto é você. Mas ficarei para sempre com a incógnita de um outro caminho que optei por não seguir.

Putz! Porque tudo precisa ser tão complicado? Porque não tiveste a capacidade de, no momento acertado, me dizeres tudo ou então de te deixares levar pelos sentimentos, que continuo sem perceber se algum dia foram mútuos ou não. Acho que nunca saberei se o que sentia também te tocava. Houve momentos em que senti, quase que com toda a certeza, que não eras indiferente a todos esses sentimentos que estavam tão claros. Mas do que adianta pensar nisso agora. Não tem, nunca teve, a menor importância. Pelo menos não para ti. Não é?

Agora sei que, mesmo que, eventualmente (e sei que não o farás), viesses estar comigo e percebesses que não deverias ter posto barreiras ao que sentia por ti, eu não te receberia de braços abertos com tanta facilidade. Agora não! Tiveste tua oportunidade... Agora seria tarde demais. Não direi que não te aceitaria nunca mais. Mas, de certeza, não seria como a algum tempo atrás. De forma leve e com a facilidade com que podem julgar.

Isto são apenas suposições. A oportunidade de termos algo que partilhar já passou. Não haverá mais nada entre nós. Sei disso! Estou me esforçando para sarar as feridas que, por muitas vezes, me abriste, o que é uma pena.

Thalita Marinho

Nenhum comentário: