terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

VALEU FENÔMENO!

Que eu gosto, torço e vibro com futebol não é novidade pra ninguém. E hoje assistindo a coletiva de imprensa onde anunciou que, aos 34 anos, pendurando as chuteiras, foi impossível não me emocionar, mais uma vez, com Ronaldo. Perdoem-me os clubistas, bairristas, comentaristas e torcedores fanáticos que torceram o nariz para tudo que ele já fez pelo futebol e se encheram de críticas ao jogador no dia de hoje. Concordo com uma amiga quando li em seu facebook, um comentário feroz a um pequeno grupo de despeitados, quando falou que ‘o brasileiro tem mania de procurar pequenez na grandeza’.

Ronaldo foi grande, quer dizer, FENOMENAL para o futebol brasileiro e quiçá mundial. E daí se ele preteriu o clube A ou B e optou pelo Corinthians? E daí se alguns episódios da sua vida pessoal ou mesmo seu peso se tornaram escândalos na boca miúda de quem precisa da vida do outro pra dar sentido a sua própria. Acho até que na vida do futebol brasileiro tiveram jogadores bem mais polêmicos, será que preciso citar Romário, Garrincha, Adriano... e todos eles são considerados grandes. E daí que o Romário e Pelé fizeram 1.000 gols, alguns desses, vamos admitir, bem combinadinhos como o milésimo do Romário num jogo com Sport e não, não estou defendendo o gatinho da Ilha. Estou sendo justa! Ronaldo tem 471 gols marcados, mas foi eleito por 3 vezes o melhor jogador do mundo, maior artilheiro das copas, pentacampeão mundial, exemplo de superação. E ainda tem gente que fica esmiuçando, torcendo contra, buscando apenas os pontos negativos. Pior que quem mais o faz são aqueles ressentidos por ele não ter jogado em vossos clubes ou aqueles que não tiveram a resposta que desejaram e na hora que pediram.

Em 18 anos de carreira nunca negou e admitiu, sempre dando a cara bater, todas suas falhas, seus tropeções e seus erros. Teve humildade ao admiti-los e mais ainda, dignidade em pedir desculpas, muitas vezes a pessoas às quais não devia nenhuma satisfação. Chamou pra ele responsabilidades que nem eram [só] dele. Fez em campo, e fora deles, o que muitos, inclusive alguns desses que se valem dos 1.000 gols marcados, não fizeram. Sou da geração que acompanhou o Ronaldo moleque entrar em campo, que se divertiu com ele fazendo xixi no gramado, que ficou pasmado vendo-o com a camisa do Cruzeiro fazer um gol no vacilo do goleiro, que ficou apreensiva com sua convulsão na Copa de 98, que chorou de dor com sua primeira lesão já com a camisa do Internazionale de Milão, que o viu inspiradíssimo na copa de 2002, com direito a penteado do Cascão e tudo o mais. Sou dessa geração que, independente da camisa que ele tenha vestido, torceu, vibrou, chorou, se emocionou com o ídolo. Sou da geração que é Ronaldo Futebol Clube.

Bastava uma imagem do Ronaldo na TV pro mundo parar abobalhado diante do fenômeno. A genialidade dele é indiscutível. Fico feliz de saber que ele chegou aos 34 anos, depois daquela lesão na Itália. Eu, confesso, não pensei que ele chegaria a tanto. Superou os problemas dentro e fora dos campos, as críticas, levou as piadas e gozações na esportiva, no cavalheirismo. Foi ídolo onde passou, desde o pequeno tipo de São Cristovão onde começou sua carreira, aos grandes clubes como Cruzeiro, PSV da Holanda, Barcelona, Internazionale de Milão, Milan, Real Madrid, Corinthians e, claro, na Seleção Brasileira.

Ainda me assusta a capacidade do povo brasileiro, de uma forma geral, que ainda precisa evoluir muito pra acabar com essa mesquinha pequenez. A pequenez de julgar, de humilhar, de apontar os erros e transformar quem muitas vezes lhe dá alegria em vilão. Nesse ponto bato palmas para os argentinos, que mesmo sabendo que o Maradonna é ‘todo errado’, sabe reconhecer a grandiosidade do seu futebol, do seu ídolo. Mas é difícil essa mentalidade mudar, vai ser preciso tempo e muita educação.

Ronaldo, como bom brasileiro que é, não fugiu a luta, reconheceu seus limites e de forma honrosa decidiu parar. Chorei com ele, ao ver o moleque tendo que 'largar' a roda que sempre impulsionou sua vida, fez com que ele lutasse cada vez mais, e dar lugar às lágrimas ao sorriso que sempre o acompanhou, sorriso de criança feliz. E aos ressentidos de plantão, eu vou gritar, EU SOU MUITO MAIS RONALDO. Obrigada Fenômeno!

Srta. 'agradecida' Marinho.

Nenhum comentário: