sexta-feira, 18 de novembro de 2005




Era uma vez uma pérola. Uma linda pérola negra que vivia dentro de uma conchinha no mais fundo e belo dos oceanos.
A pérola negra adorava mostrar a todos como era bonita, forte, fascinante... Algumas vezes se mostrou até corajosa, pois, saia da segurança de sua concha a desbravar aquele desconhecido e magnífico oceano. Sem temer nada nem a ninguém! E a todos encantava! Muitos a admiravam, outros nem tanto, mas ela seguia feliz e altiva. Ela era uma pérola com luz própria. Sabia o que queria, sentia-se segura, quase uma rocha! Um dia, um bravo mergulhador a encontrou e com muito jeito fez com que, essa preciosa pérola, esquecesse da segurança da sua concha. Ele a fez acreditar que não precisava temer ou se esconder do mundo. Fez com que ela acreditasse que ao seu lado estaria segura, sempre. Então ela, com ele resolveu seguir. Mas o que o mergulhador esqueceu de contar é que nem sempre poderia estar a seu lado e que teriam que se afastar.
No dia da partida a pérola negra, desesperada, não sabia o que fazer. Sentiu-se como um grão de areia. Perdera seu brilho, seu fascínio, seu encanto... Voltou então para sua concha, o único lugar onde se sentia, de fato, segura. Decidiu que de lá não sairia mais. Não deixaria que mais ninguém, nem mesmo gentis mergulhadores, fossem agraciados com a exuberância de sua beleza. Ela deixou de acreditar na bondade, no carinho, na admiração, no amor que podiam sentir por ela. Ela, simplesmente, deixou de acreditar e se escondeu. Escondeu-se por acreditar que assim estará protegida! Se ela não se mostra, não se revela não tem como ser machucada, magoada.Hoje, a pérola negra, continua no mais fundo e belo dos oceanos. Vive trancada na sua conchinha, escondida sem permitir que ninguém a veja ou admire sua beleza. Não acredita que sentimentos puros e verdadeiros lhe possam ser ofertados e da felicidade, que sempre esteve a seu lado, desconfia.
Thalita Marinho

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