sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Na sala de aula...(porque tem horas em que é melhor o aluno calar)

Depois de 15 minutos esperando que a turma silenciasse e notasse a minha presença (descobri que os alunos da sala 02 não me enxergam, mesmo eu tendo 1,70m, estar usando um salto 8 cm e uma camiseta amarela!), dei uma bronca na turma. É impossível acreditar que aquela turma esteja mesmo em um pré-vestibular e não em uma 4ª ou 5ª série. Ainda tenho dúvidas! Falei da importância deles estarem ali e qual era o objetivo a ser alcançado (passar no vestibular de uma das universidades mais concorridas do país). Lógico que não alcancei a compreensão de uma parte da turma que me olhava de uma maneira antipática. Eis que uma aluna, da forma mais displicente, levanta a mão a fim de fazer uma pergunta. O diálogo que seguiu, sobre o olhar atento dos demais alunos, foi o seguinte:

- Professora, posso fazer uma pergunta? (com um ar de soberba)
- Claro!
- A senhora tem namorado? (ainda com soberba)
- Sim, tenho. Por quê? (claro que me causou curiosidade a pergunta)
- Como ele lhe agüenta sendo a senhora tão antipática como está sendo agora com a gente só por conta de uma ‘conversinha’ durante sua aula? (abusada essa garota)

Segui-se um breve e mórbido silêncio, que deve ter durado uns 10 segundos apenas. Todos olhavam a espera de resposta. Foi então que me pronunciei.

- Lindinha, posso te fazer uma pergunta?
- A que a senhora quiser... (com a mesma soberba anterior)
- Tens namorado?
- Não! Mas por quê?
- Engraçado...és tão simpática!

Neste instante a turma fez um sonoro e barulhento levante em direção a mocinha atônita, paralisada e sem reação na cadeira. E em poucos segundos uma voz, vinda do fundo da sala, perguntou em que lição estava e a aula seguiu, muito, animada.

Thalita Marinho

P.S.: Esse episódio me fez lembrar um professor que tive. Ele falava que em alguns momentos, infelizmente, não se fazia educação com educação. Que futuro terá essa nação!

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